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domingo, 31 de agosto de 2008

Islã medieval era superpotência científica, dizem especialistas

Muçulmanos avançaram na matemática, astronomia e medicina.Razões de declínio após século 16 dividem os historiadores.



(G1) Uma sociedade multicultural, relativamente tolerante, na qual especialistas de todo o mundo civilizado trocam informações, formulam teorias ousadas e desenvolvem novas tecnologias. Bem-vindo ao Islã durante a Idade Média - uma cultura que deixava a Europa no chinelo em matéria de ciência. Ainda há debates sobre como os domínios muçulmanos viraram superpotências científicas do século 8 ao século 15 de nossa era, e também sobre as causas de seu declínio superior, mas é indiscutível que eles deram passos fundamentais para alicerçar a ciência que até hoje é praticada no Ocidente.

“Nesse período, floresceu no mundo islâmico uma ciência com contribuições originais em várias áreas do conhecimento, sobretudo em matemática, astronomia e afins, e sem rival durante muitos séculos”, escreve o pesquisador português João Filipe Queiró, do Departamento de Matemática da Universidade de Coimbra. “No milênio a seguir ao século 8 estão identificados mais de mil cientistas islâmicos ativos. Como fontes, conhecem-se milhares de manuscritos e instrumentos científicos, mas muitos mais permanecem ainda hoje por analisar, ou sequer por catalogar”, afirma Queiró.

A explicação inicial para o avanço científico do Islã é militar. Após a morte de Maomé, que consolidou o domínio muçulmano na Arábia no século 7 da Era Cristã, o avanço dos exércitos islâmicos tomou conta de grande parte dos antigos centros de cultura do Velho Mundo, da Índia, no Oriente, às terras gregas do Império Bizantino, chegando até a Espanha, no Ocidente.

Com isso, os guerreiros do Islã se viram senhores de toda a herança cultural e científica dessas áreas. Mas, no lugar de substituí-la por sua própria cultura, eles iniciaram um intenso processo de assimilação, traduzindo para o árabe grande parte do legado dos filósofos, matemáticos e protocientistas gregos e indianos, por exemplo. Acredita-se que muitos textos da Antigüidade grega só sobreviveram porque, quando os cristãos reconquistaram a Espanha muçulmana, retraduziram essas obras do árabe para o latim.

Números práticos

Mais importante ainda, no entanto, foi o papel que o Islã desempenhou na transmissão do sistema numérico indiano, com os algarismos que conhecemos (de 0 a 9), para o Ocidente. Antes, era preciso literalmente usar letras (os numerais romanos ou gregos) para fazer contas, um método incômodo que, além de tudo, não contava com o número 0. Como a matemática tornar-se-ia a base de todo o desenvolvimento da ciência nos séculos seguintes, os pesquisadores muçulmanos podem ser considerados os responsáveis por lançar a pedra fundamental desse processo.

E, falando em “algarismo”, nunca é demais lembrar que a palavra, assim como “algoritmo”, deriva do nome de Mohamed ibn Musa al-Khwarizmi, pesquisador da Era de Ouro islâmica que nasceu no atual Uzbequistão no 780. “Álgebra” também deriva de al-jabr, presente no título de uma das obras de al-Khwarizmi, conta Queiró. “A expressão significa algo como ‘reconstrução’, e refere-se à operação de adicionar uma mesma quantidade a ambos os membros de uma equação”, afirma o pesquisador português.

Fundadores de observatórios astronômicos e universidades, os governantes islâmicos também impulsionaram avanços na astronomia e na cartografia, alguns de natureza prática diretamente ligada à religião muçulmana. “É o caso da determinação, em cada local, da qibla, a direção sagrada de Meca, necessária para as orações e para a orientação das mesquitas. Esse problema é muito interessante do ponto de vista matemático”, escreve Queiró.

A questão é complicadinha porque é preciso levar em conta o formato de esfera da Terra, o que impede que a direção de Meca vista a partir do Brasil, digamos, seja apenas uma linha reta. Usando trigonometria e geometria esférica, os pesquisadores do Islã aprenderam a contornar o problema. No século 16, navegadores portugueses usaram os escritos muçulmanos para corrigir seus cálculos e conseguir viajar do Recife a Lisboa, por exemplo.

Os pesquisadores do Islã também tiveram avanços consideráveis na óptica (foram os primeiros a descrever corretamente o fenômeno da refração, ligado à mudança do comportamento da luz ao passar do ar para a água, por exemplo) e na medicina. Foram pioneiros ao afirmar, por exemplo, que a visão era processada pelo cérebro a partir da luz que chegava até os olhos (antes, achava-se que os olhos ativamente “lançavam raios” até os objetos para enxergá-los).

Por que parou? Parou por quê?

É um bocado difícil explicar por que esse desenvolvimento todo acabou diminuindo a partir do século 16, enquanto o Ocidente avançou. Para o físico americano de origem turca Taner Edis, que trabalha na Truman State University (EUA), a explicação mais provável é que a revolução científica não teria sido completa no Islã. Ele diz que, nos domínios islâmicos, é mais correto falar em “protociência” na Idade Média. “Eles misturavam ciência de verdade com crenças um bocado esquisitas em alquimia, por exemplo”, disse Edis à revista eletrônica Salon.

Para ele, o que faltou foi a separação total entre instituições religiosas e científicas no mundo muçulmano, que deu liberdade de pesquisa para os cientistas do Ocidente. O debate entre os especialistas sobre o tema, no entanto, ainda prossegue.


Nasa reúne astronautas históricos

Agência espacial americana está comemorando 50 anos.Nasa juntou em evento Neil Armstrong, John Glenn Jr e James Lovell.


Neil Armstrong, à esquerda, o primeiro homem a caminhar na Lua; John Glenn Jr (centro);

o primeiro americano a orbitar a Terra; e James Lovell, comandante da Apollo 13,

durante encontro histórico, de 19 de astronautas, nesta sexta-feira (29), como parte

dos 50 anos da Nasa, completados em julho. (Foto: Jason Miller/AP Photo)

(G1)

Buraco da camada de ozônio será 'médio' em 2008, dizem especialistas

Falha acima da Antártica foi descoberta nos anos 1980.Neste ano, fenômeno será bem mais fraco que o de 2007.

(France Presse / G1) A Organização Meteorológica Mundial (OMM) espera, para 2008, um buraco "médio" na camada de ozônio acima da Antártica, após flutuações erráticas ao longo dos últimos dois anos.

"Em vista de dados preliminares, parece que o buraco de ozônio na Antártica de 2008 será, em tamanho e em gravidade, quase metade do recorde constatado em 2006 e um fenômeno muito mais fraco do que em 2007", declarou à imprensa, nesta sexta-feira, o especialista nesse assunto para a OMM, Geir Braathen.

"Esperamos um buraco médio, ou normal", acrescentou.

O buraco na camada de ozônio acima da Antártica foi descoberto nos anos 1980. Seu tamanho pode variar muito em função das condições meteorológicas.

Braathen comentou que ainda permanece uma quantidade suficiente de substâncias nocivas na atmosfera para destruir completamente o ozônio, a uma altitude de 14 km a 20 km.

O ozônio estratosférico constitui um filtro natural, protegendo a Terra do excesso de raios ultravioleta do sol que pode provocar queimaduras, catarata, câncer de pele, ou danos à vegetação.

O desaparecimento do ozônio é causado pelas temperaturas extremamente frias em alta altitude e pela poluição causada por alguns gases produzidos pelo homem e usados em geladeiras, extintores de incêndio, condicionadores de ar, espumas plásticas, em aerossóis, entre outros, que se acumularam na atmosfera.

A utilização da maioria desses produtos nocivos, os CFC, está em via de ser eliminada, graças ao Protocolo de Montreal de 1987, mas esses gases ainda permanecem por muito tempo na atmosfera.

sábado, 30 de agosto de 2008

Cooperação Brasil - Alemanha

(AEB / Panorama Espacial) Atendendo ao convite da Agência Espacial Brasileira (AEB), integrantes da Agência Espacial Alemã (German Space Agency - DLR) estiveram em Brasília nos dias 27 e 28 de agosto para discutir pontos de interesse entre os dois países. À frente de uma delegação composta por quatro pessoas, a Dra. Cornelia Riess, chefe da área de cooperação internacional, apresentou de forma clara e objetiva como a Agência Alemã tem atuado, falou das parcerias internacionais firmadas, dos programas em andamento e deixou clara a intenção de assinar um instrumento de cooperação com a AEB.

Recepcionados pelo presidente da AEB, Carlos Ganem, pelos diretores das áreas de políticas espaciais, desenvolvimento de satélites e transporte espacial, a reunião ocorreu em uma atmosfera amigável. “Quanto mais atores, coordenadores, repassadores e relacionadores o Brasil puder dispor, melhor. No meu ponto de vista, tenho ambições concretas para Alemanha. A AEB é a protagonista do Programa Espacial Brasileiro e não mera repassadora de orçamento. Cabe à Agência executar políticas de Estado e não de governo. Temos planos para Alcântara, a porta da Amazônia Verde. Estamos abertos para a constituição de um negócio novo, no qual a atividade espacial é apenas uma parte”, afirmou o presidente.

Brasil e Alemanha têm o mesmo olhar em relação às questões espaciais. Ambos os países entendem que a tecnologia espacial e terrestre podem alavancar a economia e fundamentar novos projetos políticos, abrindo novas possibilidades para o desenvolvimento da pesquisa e da ciência.

“Nossa meta é firmar uma parceria duradoura com o Brasil, no futuro”, enfatizou Dra. Cornelia Riess. Ela ressaltou três caminhos viáveis para ampliar a cooperação existente. O primeiro seria ciências espaciais e novas tecnologias, o segundo no âmbito da observação da Terra e o último, usar cada vez mais as universidades de ambos os países para pesquisa e acesso ao espaço. “As ciências de materiais são essenciais hoje em dia”, lembrou Cornelia Riess.

Já existe, atualmente, uma cooperação bilateral entre o DLR e as organizações de fomento brasileiras (CNPq e Fapesp) que fornecem bolsas de graduação e pós-graduação para o setor aeroespacial.

A Agência Espacial Alemã é ligada ao Ministério das Finanças, possui oito sucursais, seis mil colaboradores e 29 institutos de pesquisa, 11 deles ligados à pesquisa espacial. O orçamento total do DLR é de 300 milhões de euros por ano.

O presidente da AEB reafirmou a necessidade de integrar o trabalho espacial com outros países europeus da mesma forma como tem sido feito com a Alemanha, Ucrânia e Suécia. “A presença da Agência Espacial Européia (ESA) tem sacrificado parte dos orçamentos dos países europeus no âmbito das atividades espaciais. Mas não vejo esse aspecto como um problema. Com o orçamento diminuído sobra interfaces para programas que o Brasil pretende desenvolver”.

Para ampliar as possibilidades de acordo entre o governo brasileiro e a República Alemã será feito um Ajuste Complementar para cooperação em desenvolvimento da pesquisa científica e tecnológica para a área espacial. Ao final da reunião foi assinada uma ata, na qual ficou clara a predisposição dos dois países de ampliar a cooperação mútua.

sexta-feira, 29 de agosto de 2008

Opportunity chega à superfície depois de deixar cratera

Robô passará os próximos meses analisando as características de pedras soltas em uma planície marciana


Trilha deixada pelo Opportunity ao sair de Victoria; distância entre o centro dos rastros é 1 metro

(Estadão) O robô Opportunity voltou à planície marciana depois de escalar a encosta da cratera Victoria, que vinha estudando desde setembro de 2007. "O robô voltou ao solo plano", disse um dos engenheiros que dirigem a sonda sobre rodas, Paolo Bellutta, do Laboratório de propulsão a Jato (JPL) da Nasa.

A missão Opportunity tem focado a cratera Victoria pela maior parte dos 55 meses passados desde seu desembarque em Marte, na região de Meridiani Planum. A cratera tem cerca de 800 metros de diâmetro e revela camadas de rocha que oferecem pistas das condições climáticas do passado do planeta.

A equipe de cientistas encarregada da missão havia selecionado Victoria como alvo prioritário depois que o robô deixou o interior de uma cratera menor, a Endurance. no final de 2004. A viagem entre uma cratera e outra consumiu 22 meses. Antes de descer à Victoria, o Opportunity vasculhou a borda da depressão, em busca da melhor rota de entrada.

De volta à planície circundante, o robô será usado para analisar pedras soltas, que podem ter sido ejetadas de crateras muito distantes para serem estudadas in loco.

Horário de verão começa no dia 19 de outubro

(O Globo) O horário de verão começa no primeiro minuto do dia 19 de outubro nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste, quando os relógios deverão ser adiantados em uma hora. O horário de verão inicia antes do segundo turno das eleições (no dia 26 de outubro) e só termina no dia 15 de fevereiro de 2009, antes, portanto, do carnaval, que começa no dia 21.

O Operador Nacional do Sistema (ONS) prevê uma redução de 4% a 5% na demanda de energia elétrica no horário de pico, o que representa cerca de 2 mil megawatts. O número é semelhante à redução registrada no ano passado, que foi de 2,027 mil megawatts.

No ano passado, a economia proporcionada pelo horário de verão foi de R$ 10 milhões.

Região de São Paulo vê anel colorido envolver o Sol

Dependendo do ponto de observação, é possível ver um arco-íris em forma de círculo ao redor do Sol




(Estadão) Os moradores da Grande São Paulo e de cidades vizinhas puderam observar nesta sexta-feira, no céu, um fenômeno óptico conhecido como halo. Na parte da manhã, um gigantesco círculo luminoso formou-se em torno do sol, ao mesmo tempo em que uma névoa seca ia, aos poucos, tomando conta do céu.

Os halos são observados quando ocorre a formação de cristais de gelo na alta atmosfera, entre 5 a 10 km de altura, e que afetam a luz solar como pequenos prismas.

Em situações favoráveis, um halo pode formar um círculo completo em torno do sol, e tem semelhança com os arco-íris. Este fenômeno também pode ocorrer em volta da Lua. Como geralmente os halos estão associados a mudanças climáticas, podem ser usados como elemento na previsão do tempo.

quinta-feira, 28 de agosto de 2008

ATIVIDADES DO CASF COM OUTRAS ASSOCIAÇÕES E ONG'S


























































Quintal da casa do prof. Cláudio Pamplona: fragmento de meteoro que após longo percurso espacial resolveu cair no Bom Jardim, em Fortaleza: meia tonelada. Sorte foi não passar por lá nesse dia.




O observatório do Colégio Christus, que tem um dos melhores telescópios da cidade.

Realizada em 26 de abril de 2008, em uma edição do PerCursos Urbanos, o CASF, que foi o grande convidado, desenvolveu uma atividade lúdica e muito interativa. Um roteiro turístico e histórico, envolvendo os grandes observatórios astronomicos de Fortaleza e contando um pouco da história da astronomia do Ceará visitando também o Museu e observatório astronomico particular Herchel-Einstein de propriedade do Porf. Cláudio Pamplona. O roteiro começou no Colégio Cristhus da Aldeota onde os visitantes se imprecionaram com os conhecimentos a respeito da construção do mesmo e o que poderia ser observado através do telescópio de lá, depois foi feito uma visita ao museu do Professor Cláudio Pamplona em que foram observados diversos livros importantes de ciência antigos com autores como Augusto Comte, Camile Flamarion, Charles Darvin, e etc..., assim como diversos meteoritos de vários tamanhos e formas. Depois, no observatório do Colégio 7 de Setembro, ainda tiveram os visitantes a oportunidade de observar o planeta Saturno, e aprender a localizar as constelações no céu a partir da posição das Três Maria.Como mediadores, estiveram presentes alguns dos membros do CASF: Dennis Weaver,Heliomárzio Rodrigues, George Yure de Andrade Castro, Saulo Machado, Arnoldo Nunes, além da ilustre participação do prof. Cláudio Pamplona, que nos recebeu em sua casa-museu-observatório.

Por: George Yure de Andrade Castro

Cadetes da AFA inauguram Clube de Astronomia


(Força Aérea Brasileira) No dia 18 de agosto, na Academia da Força Aérea (AFA), o Corpo de Cadetes da Aeronáutica (CCAER) inaugurou o Clube de Astronomia, que veio somar aos dez já existentes.

O CCAER possui, como forma de entretenimento e complemento ao conhecimento dos futuros oficiais, diversos clubes com atividades dirigidas pelos próprios cadetes e supervisionadas por oficiais da AFA.
Cada clube recebe sua denominação de acordo com a atividade que desenvolve: Clube de Vôo à Vela, Clube de Aeromodelismo, Clube de Plastimodelismo, Clube de História Militar, Clube de Literatura, Clube de Informática, Clube de Tiro, Clube das Gerais, Centro de Tradições Gaúchas e Clube de Tradições Nordestinas. Todos possuem estatuto próprio e são de caráter recreativo, sendo suas adesões feitas de acordo com o interesse dos cadetes que os administram com recursos provenientes de uma pequena taxa paga por cada sócio.

O evento de inauguração do mais novo clube contou com a participação do astronauta brasileiro, o Tenente Coronel Marcos Pontes, cadetes, oficiais, professores da AFA e demais convidados. Inicialmente, foi proferida uma palestra pela Professora Rosângela, da Divisão de Ensino da AFA, durante a qual foi ressaltada a importância da Astronomia para a humanidade e das conseqüências positivas advindas das observações astronômicas para o cadete, como aprimoramento da cultura aeroespacial. Em seguida, o Tenente Coronel Pontes dirigiu algumas palavras aos cadetes, motivando-os a buscar novos conhecimentos por meio da Astronomia, como forma de aperfeiçoamento profissional.
Também comentou sobre alguns aspectos de sua trajetória como militar e como astronauta e incentivou os cadetes a perseverarem na conquista de seus objetivos. Ao final do evento, todos os presentes foram convidados a fazer as primeiras observações do Clube.
O Clube de Astronomia dos Cadetes conta com dois telescópios refletores Schimidt-Cassegrain, modelo LX200 com GPS, que possibilita o seguimento automático dos objetos celestes. Cada um possui um banco de dados com cerca de 125 mil objetos celestes catalogados, para realizar as observações. Agora, os Cadetes da Aeronáutica contam com mais uma opção de lazer e com um mecanismo para elevação do nível de seus conhecimentos aeroespaciais.

Astronauta diz ser mais ecológico após ver Terra do espaço

(Efe / Folha) O astronauta americano Garrett Erin Reisman, 40, que retornou do espaço na nave Discovery há apenas dois meses, afirmou hoje que se tornou mais ecológico desde que observou a fragilidade da Terra do exterior.

"Quando vi a Terra de cima pela primeira vez, era linda, impressionante, estava em paz, mas o que realmente mudou minha forma de pensar foi ver o horizonte, porque fez com que me desse conta de que nosso planeta é muito mais frágil do que eu achava", afirmou o astronauta.

Reisman foi ontem ao Museu de História Natural de Nova York, onde deu uma palestra e compartilhou com jovens da cidade sua experiência durante três meses girando ao redor da Terra a bordo da ISS (Estação Espacial Internacional).

O astronauta chegou à ISS a bordo da nave espacial Endeavour em 11 de março e voltou à Terra com a tripulação da missão STS-124 na Discovery em 14 de junho.

"O retorno à Terra foi realmente suave e sem complicações, como em um avião, não tive que utilizar o saco para enjôo que levava na mão", afirmou perante as dezenas de crianças e jovens que escutavam atentamente.

Natural de Nova Jersey, Reisman estimulou os jovens a se interessarem por astronomia e contou todas as curiosidades sobre a vida no espaço, como suas impressões durante a viagem ou a forma como se adaptou a ela.

Órbita da Estação Espacial é modificada para evitar colisão com lixo

A órbita da plataforma é elevada regularmente vários quilômetros.Atualmente, o complexo orbital está a 353,7 quilômetros de altura.

(Efe / G1) A altura da órbita da Estação Espacial Internacional (ISS) foi reduzida para evitar uma possível colisão com lixo espacial, informou nesta quinta-feira (28) o Centro de Controle de Vôos Espaciais (CCVE) da Rússia em comunicado.

A correção da órbita foi realizada às 20h11 (13h11 de Brasília) de quarta-feira, com ajuda dos propulsores do veículo espacial europeu Julio Verne, acoplado à ISS.

"Os serviços russo e americano de controle do espaço orbital informaram sobre a possível colisão, e esses dados foram utilizados pelos especialistas em balística do CCVE para calcular a correção da órbita da ISS", acrescenta o texto.

Após a manobra, a altura média da órbita da ISS se reduziu em 1,7 quilômetro, e é atualmente de 353,7 quilômetros.

No entanto, a tripulação da plataforma orbital, integrada pelos cosmonautas russos Serguei Vólkov e Oleg Kononenko e pelo astronauta americano Greg Chamitoff, continuou seu trabalho segundo o programa.

Em 13 de agosto, a nave européia realizou pela quarta vez uma manobra de correção a fim de colocar a ISS em uma órbita que garanta condições ideais para o acoplamento das naves russas Progress M-65 e Soyuz TMA-13, cujos lançamentos estão previstos para setembro e outubro, respectivamente.

Habitualmente, a altura de órbita média da ISS oscila entre 360 e 330 quilômetros.

A plataforma perde entre 100 e 150 metros de altura a cada dia por causa da gravitação terrestre, da atividade solar e de outros fatores, e por isso, três ou quatro vezes ao ano se realizam correções de sua órbita com ajuda dos motores das naves de carga.

A órbita da plataforma é elevada regularmente vários quilômetros, manobra de correção na qual até há pouco se utilizavam as naves americanas e a naves russas "Progress", tarefa à qual agora se somou o cargueiro europeu.

Com seus propulsores, as naves acopladas também podem modificar a orientação da ISS com relação ao Sol, sua inclinação em relação ao eixo terrestre, seu período de rotação em torno da Terra e sua velocidade de vôo.

A órbita da plataforma espacial também foi corrigida em várias ocasiões para evitar possíveis colisões com meteoritos, lixo espacial e satélites.

quarta-feira, 27 de agosto de 2008

Astrônomos descobrem 'peso' mínimo de galáxias: 10 milhões de vezes o do Sol

Cálculo foi feito com base em luminosidade dos objetos celestes'. Massa parece variar pouco, talvez por causa de matéria misteriosa.

(Efe / G1) A massa mínima de uma galáxia é 10 milhões de vezes a massa do Sol, segundo um estudo da Universidade da Califórnia publicado na edição desta semana da revista científica britânica "Nature". Após calcular a velocidade das estrelas de 23 pequenas galáxias que orbitam ao redor da Via Láctea (a partir das medidas de luminosidade), a equipe liderada por Louis Strigari fez estimativas de suas massas.

A luminosidade destas galáxias varia entre 1 bilhão e 100 bilhões de vezes a do Sol, por isso os cientistas esperavam que as massas variassem em função da intensidade de luz que emitem. No entanto, eles se surpreenderam ao comprovar que a massa era constante, o que indica que as galáxias menos luminosas têm muita matéria escura, que é um material invisível só detectado por sua força gravitacional.

Mistério

Os cientistas sabem muito pouco sobre as propriedades microscópicas da matéria escura, que compõe mais de 83% do Universo. O que se conhece é que a matéria escura determina o crescimento estrutural do Universo, atrai matéria normal e está na origem de novas galáxias.

Em comunicado, os pesquisadores explicam que a massa mínima de uma galáxia corresponderia ao menor bloco de construção nascido da matéria escura. As estrelas que se formam a partir desses blocos se agrupariam, mais tarde, em galáxias.

Phoenix capta o nascer no Sol perto do pólo norte de Marte

O Sol de pôs pela primeira vez durante o 86º dia da missão, lançada para aproveitar o verão ártico marciano

(Estadão) O Sol voltou a se pôr na região próxima ao pólo norte de Marte onde está a sonda Phoenix, da Nasa. Enviada ao planeta vermelho há três meses, para aproveitar o período do verão marciano, quando há luz solar para alimentar o equipamento o dia todo, a Phoenix teve sua missão prorrogada para entrar no outono de Marte, quando terá de lidar com períodos crescentes de escuridão.


O Sol de pôs pela primeira vez durante o 86º dia da missão, e ficou abaixo do horizonte ártico por cerca de meia hora. Uma foto da alvorada marciana foi feita pela Phoenix no 90º dia, 25 de agosto, que seria o dia final da missão, caso a prorrogação não tivesse sido determinada.

A imagem foi feita às 00h51, hora local, durante um nascer do Sol que se seguiu a uma noite de 75 minutos. A luz que ilumina o céu na imagem é luz solar refletida por partículas de poeira e cristais de gelo suspensas na atmosfera.

Mensagem falsa espalha boato sobre aproximação de Marte e Terra

Marte está a 360 milhões de km da Terra, mas boato na internet diz que são 55,76 milhões de km e prega visão de "duas Luas" no céu


(Folha) Não espere ver "duas Luas" no céu na noite desta quarta-feira (27). Ao contrário do que prega um e-mail falso que circula na internet, Marte estará bem longe da Terra e não vai rivalizar com o satélite pela supremacia do brilho no céu.

O boato pela rede é tão intenso que afetou o índice das notícias mais lidas da Folha Online, colocando uma notícia de 2003 na lista. De acordo com a mensagem, que circula em vários idiomas, Marte "parecerá tão grande quanto a Lua cheia". O e-mail afirma ainda que o planeta estará a cerca de 55,76 milhões de km da Terra.

"É uma notícia falsa e requentada. Na verdade, Marte está agora se afastando da Terra", afirma Roberto Boczko, professor doutor de astronomia do Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas da USP (Universidade de São Paulo).

Na realidade, o Planeta Vermelho está hoje a cerca de 360 milhões de km. A mais recente grande aproximação entre os dois planetas ocorreu no dia 24 de dezembro de 2007 --88 milhões de km. E a próxima está marcada para 27 de janeiro de 2010, quando a distância será de cerca de 100 milhões de km.

Em agosto de 2003, a distância entre Marte e Terra chegou a 55,7 milhões de km, oferecendo uma oportunidade única de observação. Foi a maior aproximação em praticamente 60 mil anos --recorde que vai se manter até 28 de agosto de 2287.

Na avaliação de Boczko, o fenômeno "não tem grande importância do ponto de vista da astronomia". "Todo ano Marte se aproxima bastante. Em 2003, foi mais do que de costume. Mas é algo corriqueiro".

Mesmo com essas distâncias, diz o professor, é impossível que os habitantes vejam duas Luas. "Marte nunca chega a ter um brilho que rivalize com a Lua", diz. Ele explica que, geralmente, o Planeta Vermelho tem um brilho menor que a maior parte das estrelas no céu. Quando há grandes aproximações, essa luminosidade é equivalente, no máximo, à de grandes estrelas.

Colisão de galáxias traz novas evidências de matéria escura

Lente gravitacional permite mapear a distribuição da matéria durante o choque de dois aglomerados de estrelas



A distribuição de massa das galáxias, com a matéria escura em azul e a normal, em vermelho


(Estadão) Uma potente colisão entre aglomerados de galáxias foi fotografada pelo Telescópio Espacial Hubble, da Nasa e da Agência Espacial Européia (ESA) e pelo Observatório de Raios X Chandra, da Nasa. Esse choque de aglomerados oferece novas evidências da existência de matéria escura, e um vislumbre de suas propriedades, diz nota divulgada pela ESA.

As novas observações feitas pelos dois telescópios do aglomerado MACSJ0025.4-1222 indicam que a colisão separou a matéria comum da matéria escura. Esta seria uma confirmação independente de um efeito semelhante, detectado no chamado Aglomerado da Bala, e mostra que Bala não é um caso único.


MACSJ0025 formou-se após uma colisão entre dois grandes aglomerados. Usando imagens de luz visível feitas pelo Hubble, astrônomos conseguiram inferir a distribuição total de massa - escura e ordinária. O Hubble foi usado para mapear a matéria escura (na imagem, colorida em azul) usando a técnica de lente gravitacional, pela qual a presença da matéria invisível é deduzida a partir da distorção gravitacional causada na luz que vem das galáxias mais ao fundo.

Já os dados do Chandra permitiram que os astrônomos mapeassem com precisão a matéria normal, que existe principalmente na forma de gás de alta temperatura, que irradia raios X (em vermelho).

À medida que os dois aglomerados que formaram MACSJ0025 - cada um com mais de um quadrilhão de vezes a massa do Sol - se fundiam à velocidade de milhões de quilômetros por hora, as massas de gás foram desaceleradas pela colisão, mas a matéria escura passou diretamente através do esmagamento. A separação indica que as partículas de matéria escura interagem muito pouco entre si por meio de outras forças que não a gravidade.

Uma descrição detalhada da observação será publicada na revista especializada The Astrophysical Journal.

Computadores da ISS estão infectados com vírus

Worm, cujo objetivo é roubar senhas chegou à ISS por vias ainda desconhecidas

(Efe / Estadão) Os computadores portáteis enviados à Estação Espacial Internacional (ISS) em julho estão infectados com o vírus W32.Gammima.AG, informou nesta quarta-feira, 27, a agência oficial russa RIA Novosti.

Este worm, cujo principal objetivo é roubar senhas de vários jogos muito populares na Ásia, como Maple Story, Huang Yi Online e Talesweaver, apareceu pela primeira vez na Terra em agosto do ano passado.

O vírus, que chegou à ISS por vias ainda desconhecidas, não tem capacidade de causar nenhum dano aos sistemas de controle da plataforma orbital, segundo a Nasa (agência espacial americana).

Não é a primeira vez que programas nocivos chegam ao espaço, embora segundo a Nasa, isso aconteça com pouca freqüência e não afete e o funcionamento da ISS.

Através dos computadores portáteis infectados com o W32.Gammima.AG, que não têm programas antivírus, os astronautas enviavam e-mails à Terra.

A porta-voz da Nasa, Kelly Humphries, destacou que a ISS não tem acesso à internet e explicou que os dados são transferidos por meio de um canal de rádio e sempre são verificados, e por isso é possível que os computadores tenham sido infectados quando ainda estavam na Terra.

A Nasa pretende agora criar sistemas de segurança especiais para evitar incidentes similares no futuro.

Telescópio espacial faz mapa de buracos negros gigantes no Universo

Mapa do céu em raios gama divulgado por agência espacial; faixa brilhante no centro vem de emissões no plano da Via Láctea

(Folha) Quem sente desconforto ao imaginar que o Universo é salpicado de megaburacos negros pode olhar a imagem à direita e entrar em pânico: boa parte dos pontos avermelhados no mapa são as adjacências de um desses monstros cósmicos.


O mapa, divulgado ontem, foi produzido pelo telescópio espacial Fermi, da Nasa. Ele mostra como é o Universo visto em raios gama, a radiação mais energética do espectro.


O Fermi (antes chamado Glast) foi lançado neste ano para investigar as fontes de raios gama existentes no cosmo. Os cientistas acreditam que essa radiação emane principalmente de núcleos de galáxias, habitados por buracos negros com massas milhões de vezes maiores que as do Sol.


O novo instrumento deve investigar, ainda, as misteriosas explosões de raios gama, os eventos mais energéticos do Universo -provavelmente também ligados à atividade dos núcleos galácticos.

"Esses jatos têm muito a nos ensinar sobre aceleração de partículas", disse à Folha o físico brasiliense Eduardo do Couto e Silva, da Universidade de Stanford (EUA), vice-diretor do Centro de Operações Científicas do Glast/Fermi.


Segundo ele, o Fermi é tão bom que em quatro dias de operação conseguiu um mapa do céu em raios gama que seu antecessor, o Egret, levou um ano para fazer.


Outra vantagem do novo instrumento, diz, é poder observar uma mesma região do espaço repetidas vezes. "As fontes que emitem raios gama estão em constante mudança. Agora, poderemos ver como esses astros evoluem.

Palestra gratuita discute a existência de vida extraterrestre

(JB) Os principais esforços da ciência na busca de possíveis sinais de vida e inteligência extraterrestres serão apresentados nesta quinta-feira, às 19 horas, durante a palestra “Astrobiologia: a vida no contexto cósmico”. Ministrada pelo Dr. Carlos Alexandre Wuensche de Souza, pesquisador da Divisão de Astrofísica do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), a palestra será no auditório do Centro de Visitantes do Instituto, em São José dos Campos.

- Partindo do conceito de vida, discutimos a formação da vida na Terra e apresentamos os esforços feitos para a detecção de planetas que possam abrigar vida semelhante à nossa. Discutimos também os projetos em andamento para a detecção de sinais de rádio transmitidos por alguma forma de vida tecnologicamente capacitada - adianta o palestrante.

Ciência que estuda a origem, evolução, distribuição e futuro da vida no Universo, a Astrobiologia vem ganhando o reconhecimento de cientistas de diversas áreas e está sendo usada como um elo de ligação entre as ciências biológicas e exatas, como Astrofísica, Química, Ecologia, Engenharia, Geologia, Biologia e Física.

Sempre na última quinta-feira do mês, a Divisão de Astrofísica do INPE promove uma palestra aberta à comunidade para falar de ciências espaciais de forma simples e didática.

As inscrições são gratuitas e devem ser feitas pelo telefone (12) 3945-7277 com Sônia Moraes.

Edital do ACDH é publicado

(Panorama Espacial) Na última segunda-feira, 25 foi finalmente publicado o edital de licitação do subsistema de Controle de Atitude e Supervisão de Bordo (ACDH, sigla em inglês) para a Plataforma Multimissão (PMM), projeto do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE). A primeira PMM será utilizada pelo satélite de sensoriamento remoto de pequeno porte Amazônia-1.

O edital do ADCH tem 75 páginas e detalha os requisitos e procedimentos burocráticos para a apresentação das propostas, divididas em técnica e de preço. Em relação à proposta técnica, foram estabelecidas regras de pontuação para a experiência técnica do licitante, participação do INPE e da indústria nacional no projeto, abertura do código-fonte do software, entre outras. As propostas devem ser entregues no dia 10 de outubro.

O ACDH é um dos últimos subsistemas ainda não contratados da PMM, e certamente um dos mais importantes negócios de 2008 para o Programa Espacial Brasileiro. A expectativa é que após a finalização deste processo licitatório, o INPE dê a largada à concorrência para a construção da carga-útil principal do Amazônia-1, a câmera AWFI (Advanced Wide Field Imager).

Sonda "Opportunity" conclui estudo da cratera Victoria em Marte

(Efe / O Globo) A sonda "Opportunity" terminou seu estudo da cratera Victoria em Marte e se prepara para retornar às planícies do planeta vermelho, informou o Laboratório de Propulsão a Jato (JPL) da Nasa. O veículo pousou há quase um ano em uma das encostas da cratera para estudar a composição de suas rochas.

- Fizemos tudo o que tínhamos que fazer quando entramos na cratera Victoria e muito mais - disse Bruce Banerdt, cientista da "Opportunity" e de seu veículo gêmeo "Spirit" do JPL.

Um comunicado do organismo científico da Nasa assinalou que, agora, a "Opportunity" iniciará a análise das rochas próximas, muitas das quais foram lançadas à atmosfera do planeta com o impacto do objeto que criou a cratera.

- Nossa experiência nos diz que há muita diversidade nessas rochas e seu exame será importante para compreender a geologia da região - disse Scott McLennan, da Universidade Estadual de Nova York, e um dos membros da equipe científica.

"Opportunity" entrou na cratera no dia 11 de setembro de 2007, um ano após analisar as bordas de Victoria, que tem um diâmetro de aproximadamente 800 metros. Ao contrário da "Spirit" que perdeu a função de uma de suas rodas, as seis de "Opportunity" trabalham perfeitamente e seu funcionamento foi dez vezes melhor que o esperado, afirma o JPL em comunicado.

- Se só cinco rodas da ''Opportunity'' tivessem funcionado, nunca teria conseguido sair da cratera - declarou Bill Nelson, diretor da missão do veículo no JPL.

Segundo o JPL, a "Spirit" retomou suas observações após sobreviver ao forte inverno marciano, no entanto, só poderá se movimentar quando for aumentada a recepção de luz solar pelos painéis que geram sua energia.

- Ambos os veículos mostram sinais de envelhecimento, mas ainda são capazes de realizar prospecção científica e descobertas - disse John Callas, diretor do projeto.

Os dois veículos desceram na superfície marciana em janeiro de 2004 e dois meses depois, em uma de suas principais descobertas, confirmaram que Marte teve água em seu passado remoto.

Apesar de terem sido projetados para cumprir tarefas durante três meses em Marte, os dois veículos funcionaram quase ininterruptamente durante mais de quatro anos.

terça-feira, 26 de agosto de 2008

Novo telescópio da Nasa vê uma explosão no espaço por dia

O Glast passa a se chamar Fermi, em homenagem ao físico italiano Enrico Fermi, um dos gigantes da física

Um mapa da distribuição de raios gama no universo, feita pelo telescópio espacial Fermi
(Estadão) O Telescópio de Raios Gama de Grande Área (Glast, na sigla em inglês) passa a se chamar Telescópio Fermi de Raios Gama, em homenagem ao físico italiano Enrico Fermi (1901-1954), ganhador do Nobel em 1938 uma das maiores figuras da história do campo da física de partículas. O novo nome foi anunciado nesta terça-feira, 26, juntamente com a apresentação do primeiro mapa de raios gama do céu feito pelo telescópio, lançado em junho. O mapa do Fermi foi feito em 95 horas, enquanto que missões anteriores precisaram de anos para obter uma imagem similar.
Cientistas ligados à missão anunciaram também que o Fermi conseguiu detectar uma explosão de raios gama ao dia, durante seu primeiro mês de operação. "Eu esperava que ele conseguisse ver umas 200 explosões ao ano, mas pelo jeito serão mais de 300", disse Charles Meegan, o responsável pelo instrumento que captou as detonações.

Explosões de raios gama são os eventos mais energéticos do universo, e os cientistas ainda não têm um conhecimento preciso do que as provoca - acredita-se que possam ser causadas pela explosão de uma estrela ou pela fusão de estrelas de nêutrons.

"Está tudo funcionando muito melhor que o esperado", disse Steve Ritz, outro cientista ligado ao projeto. Embora os resultados apresentados nesta terça, em entrevista coletiva realizada pela Nasa, basicamente só confirmem ou aprofundem dados obtidos por outros equipamentos, os cientistas participantes destacaram o curto período de funcionamento do telescópio e a velocidade com que os resultados surgiram. "Esperem mais uns anos", disse Meegan.

O diretor da Divisão de Astrofísica da Nasa, Jon Morse, referiu-se ao Fermi como a "máquina radical". "O ritmo das descobertas será emocionante pelos mpróximos meses e anos", prometeu, lembrando que o Fermi completa uma varredura do céu a cada três horas. Raios gama são produzidos no espaço pela desintegração ou aquecimento de partículas, no núcleo de galáxias, em nuvens de gás e na vizinahnça de buracos negros.

Entre os objetivos do Fermi está testar algumas teorias sobre a natureza da misteriosa matéria escura que dá coesão às galáxias, detectando raios gama que seriam a "assinatura" desse tipo de partícula. "Separar os raios gama da matéria escura dos raios de outras fontes não vai ser fácil", reconheceu Meegan. "Possivelmente, precisaremos de mais um ano".

Detectar partículas que podem ser responsáveis pela matéria escura também é parte da missão do Grande Colisor de Hádrons, o LHC, um gigantesco acelerador de partículas que será ativado na Europa em setembro. O diretor associado de Fìsica de Altas Energias do Departamento de Energia dos EUA - um dos patrocinadores do Fermi - Dennis Kovar, disse que os esforços dos dois instrumentos, na Terra e no espaço, serão complementares nesse sentido.

Contos da infância galáctica

O cosmo é semelhante a um campo com árvores de Natal na noite escura

(Marcelo Gleiser / Folha) Sabemos hoje a idade do Universo: em números arredondados, 14 bilhões de anos. Esse é o tempo passado desde o Big Bang, o evento que deu origem a tudo. Sabemos, também, que o Universo é salpicado de centenas de bilhões de galáxias, cada uma com milhões ou até centenas de bilhões de estrelas. Esse é o caso da nossa galáxia, a Via Láctea, onde o Sol é uma humilde estrela em meio a tantas outras.

Mas não se iluda pensando que essas estrelas todas estão pertinho umas das outras. Não, o espaço é praticamente vazio, e as distâncias entre as estrelas são em média de dezenas de anos-luz. Ou seja, viajando à velocidade da luz, demoraríamos dezenas de anos para ir de uma a outra.

Mesmo com tantas estrelas, a galáxia em si é tão enorme que as distâncias entre elas são...astronômicas. A Via Láctea tem um diâmetro de 100 mil anos-luz. Com tecnologia atual, demoraríamos em torno de 25 mil anos para atravessar um mero ano-luz. A galáxia inteira tomaria uns 2,5 bilhões de anos. Penso nisso e sinto uma grande solidão: estamos mesmo muito isolados do resto do cosmo, nós e os outros planetas do Sistema Solar, todos eles -ao menos hoje- sem vida.

A Terra é uma ilha de atividade biológica em meio à desolação total que nos cerca por muitos anos-luz. Mas o Sol não é a única estrela. E a Via Láctea não é a única galáxia. Hoje temos uma visão do cosmo que é semelhante à de um campo com árvores de Natal espalhadas na noite escura.

Cada árvore iluminada é uma galáxia, e as luzes, suas estrelas. Na escuridão da noite, vemos apenas as luzes das árvores piscando, parecendo flutuar pelo campo afora. Assim nos parecem as galáxias, formadas apenas de estrelas e gás. De perto, porém, a história é outra. Na árvore de Natal existe uma estrutura que sustenta as lâmpadas, a árvore e os seus galhos. Mas e nas galáxias? O que as sustenta? Em cada uma delas existe também uma estrutura, uma teia invisível de matéria que dá suporte às estrelas e ao gás que produz sua luz.

Só que essa teia invisível não é feita da mesma matéria que as estrelas e as nuvens de gás. Essa "matéria escura" -esse é o seu nome- não tem nada a ver com a matéria comum que conhecemos. Ninguém sabe que matéria é essa. Mas sabemos que cerca de 80% da massa das galáxias corresponde a essa matéria e não às estrelas. Exagerando um pouco a metáfora das árvores de Natal, nelas também a massa em matéria escura- o tronco e os galhos - é bem maior do que a massa total das pequenas lâmpadas.

Uma das questões de ponta em astrofísica, fora, claro, o que é essa matéria escura, é como nasceram as galáxias.

Sabemos que a grande escultora das formas cósmicas é a força da gravidade. Dado que 80% da massa das galáxias é em matéria escura, é claro que sua dinâmica de formação também é dominada por esse tipo de matéria. Estudando as propriedades de galáxias quando o Universo tinha 7 bilhões de anos, metade de sua idade atual, astrônomos descobriram que as coisas eram semelhantes; os mesmos tipos de galáxias, com a mesma dinâmica: galáxias espirais cheias de estrelas nascendo e galáxias elípticas com estrelas velhas.

A matéria escura cria poços gravitacionais para onde flui a matéria normal, que forma as estrelas. Esse movimento causa ondas de choque violentas. Quanto mais matéria escura, mais violenta a onda de choque. Nos casos mais dramáticos, o choque pode interromper a formação de estrelas. Galáxias elípticas são as que têm a formação de estrelas interrompida mais cedo. Mesmo que ainda existam muitos pontos obscuros, a infância das galáxias começa a ser desvendada.

Novo telescópio busca a origem do universo

Além de pesquisar os limites do tempo-espaço e as origens do universo, o novo telescópio tem outras missões específicas

(Ethevaldo Siqueira / Estadão) Imagine, leitor, a reação de Galileu se renascesse hoje e pudesse comprovar o progresso da astronomia nos últimos 400 anos. Mais ainda: se tomasse conhecimento do projeto do Telescópio Espacial James Webb, sucessor do Hubble, cujo objetivo principal será revelar as origens do universo a partir do estudo das primeiras estrelas, galáxias e outros corpos celestes mais distantes.

O novo telescópio espacial deverá ser posto em órbita em junho de 2013, por um foguete Ariane 5, a partir da Base de Kourou, na Guiana Francesa, num projeto de colaboração internacional entre a Nasa, a Agência Espacial Européia e a Agência Espacial Canadense. O nome James Webb é uma homenagem ao administrador da Nasa, da primeira fase do Projeto Apollo, de 1961 a 1968.

Orçado em US$ 5 bilhões, o novo telescópio espacial tem algumas características únicas, como o espelho principal ultraleve, de berílio, com 6,5 metros de diâmetro e distância focal de 131,4 metros. Ou suas 4 câmeras de luz infravermelha ultra-avançadas, que lhe permitirão fotografar objetos nos confins do universo, a 13 ou 14 bilhões de anos-luz de nós.

Além de pesquisar os limites do tempo-espaço e as origens do universo, o novo telescópio tem outras missões específicas como: 1) identificar e fotografar as primeiras galáxias ou objetos luminosos formados logo após o Big Bang; 2) determinar como as galáxias evoluíram desde sua formação até hoje; 3) observar o nascimento de estrelas desde os seus primeiros estágios até a formação de sistemas planetários; 4)identificar e medir as propriedades físicas e químicas dos sistemas planetários; 5) pesquisar o potencial para formação da vida naqueles sistemas.

A órbita L2

Para obter os melhores resultados de suas observações, o telescópio espacial deverá estar situado num ponto em que a atração da gravidadede três corpos celestes – Sol, Terra e Lua – se equilibra ou se anula. Esse ponto chama-se L2 (Ponto de Lagrange 2). Nele, o telescópio permanecerá indefinidamente ou girará em torno do próprio ponto L2.

Em 2013, o James Webb será posto numa órbita muito mais alta que a de qualquer satélite, equivalente a 4 vezes a distância da Terra à Lua, acerca de 1,5 milhão de quilômetros, fora, portanto, do alcance das missões de serviço e reparos feitas pelos ônibus espaciais.

Foi o matemático ítalo-francês Joseph Louis Lagrange que, por puro amor à ciência, no início do século 19, determinou cinco pontos no espaço – de L1 a L5 – nos quais a atração da Terra, do Sol e da Lua se equilibra ou se anula.

O James Webb fará primordialmente observações na faixa de luz infravermelha dos objetos mais distantes e de visibilidade mais difícil. A fim de evitar a incidência direta da luz solar e o aquecimento dos equipamentos mais sensíveis, o telescópio utilizará uma placa de proteção de 200 metros quadrados – do tamanho de uma quadra de tênis –, que funcionará como uma espécie de toldo ou teto, para manter o conjunto à sombra, a temperaturas próximas do zero absoluto, e conferir ao observatório espacial uma extrema sensibilidade à luz infravermelha.

O velho Hubble

O saldo de realizações do Hubble, ao longo de 18 anos de atividade, é imenso: o telescópio espacial calculou com precisão a idade do universo, descobriu evidências da energia negra e trouxe-nos centenasde milhares de imagens de galáxias distantes no universo jovem, forneceu aos cientistas uma massa de informações milhares de vezes maior do que tudo que a humanidade conhecia até a data de seulançamento, em 1990.

No final deste ano, uma equipe de astronautas viajará até o Hubble no ônibus espacial Atlantis para executar a quarta e última missão de serviço, para reparos e substituição de equipamentos, permitindo que o telescópio permaneça em atividade no espaço até 2013. Com essa renovação, o veterano telescópio ganhará nova vida. Os astronautas que vão trabalhar nessa missão já estão em treinamento, para a viagem ao espaço a ser iniciada no dia 8 de outubro.

A Nasa conta ainda com três outros telescópios espaciais ou grandes observatórios, menos famosos que o Hubble. São eles: 1) Spitzer, que opera no infravermelho; 2) Chandra, que faz varreduras de raios-X; e 3)Compton Gamma Ray Observatory. A Agência Espacial Européia (ESA) dispõe do XMM-Newton, grande telescópio que opera com raios-X.

Espero estar lá

Assistir ao espetáculo de lançamento de satélites ou de sondas espaciais é uma experiência inesquecível, que nos dá uma sensação contraditória de poder e de pequenez do ser humano diante do universo.

Por isso, mesmo com cinco anos de antecedência, já estou fazendo planos para testemunhar na Base de Kourou, na Guiana Francesa, o lançamento do Telescópio Espacial James Webb, como fiz em outras oportunidades, ao longo de meu trabalho profissional, em mais de uma dúzia de lançamentos de satélites e sondas espaciais, desde o ProjetoApollo à Voyager-2, aos satélites Brasilsat e ao próprio Hubble.

Com os olhos da imaginação, já estou vendo a lenta decolagem do foguete Ariane 5 levando o James Webb ao espaço.

Glast mapeia raios gama no céu e passa a se chamar Fermi

Nome é homenagem ao físico italiano Enrico Fermi, um dos maiores nomes na história da física de partículas


(Estadão) O Telescópio de Raios Gama de Grande Área (Glast, na sigla em inglês) passa a se chamar Telescópio Fermi de Raios Gama, em homenagem ao físico italiano Enrico Fermi (1901-1954), um dos maiores nomes na história do campo da física de partículas. O novo nome foi anunciado nesta terça-feira, 26, juntamente com a apresentação do primeiro mapa de raios gama do céu feito pelo telescópio, lançado em junho. O mapa do Fermi foi feito em 95 horas, enquanto que missões anteriores precisaram de anos para obter uma imagem similar.

O mapa revela as fontes de raios gama existentes no céu, como o gás aquecido dentro da Via-Láctea, pulsares brilhantes e uma galáxia ativa a bilhões de anos-luz de distância. Cientistas esperam que o telescópio descubra vários pulsares na Via-Láctea, revele processos em andamento nas vizinhanças de buracos negros e ajude na busca por novas leis da física.

O físico brasileiro Eduardo do Couto e Silva, um dos responsáveis pela missão, disse, antes do lançamento do telescópio, que o observatório espacial havia sido criado para atuar como uma ferramenta interdisciplinar, unindo astrofísica à física de partículas e avançando nas áreas de fronteira das duas ciências.

O Fermi poderá confirmar algumas previsões polêmicas feitas por cientistas, como a possibilidade de variações na velocidade da luz e a existência de dimensões extras no espaço.

Um dos instrumentos da nave detectou 31 explosões de raios gama no primeiro mês de operação do equipamento. Essas explosões, as mais energéticas do universo, ocorrem quando estrelas morrem ou quando duas estrelas de nêutrons colidem.

ALERTA DE COMETA (6P/d'Arrest)

(REA) Este cometa periódico foi descoberto em 27 de junho de 1851 pelo astrônomo alemão Henrich d'Arrest na 10a magnitude na constelação de Peixes, emboratenha sido observado poe La Hire em 1678. Desde então o cometa foi reobservado em pelo menos 18 aparições, sendo acompanhado pela REA na aparição de 1995 (veja observações). Houve épocas em que o cometa eradetectado a olho nu, porém após pertubações na sua órbita, a mais recente passagem pelo periélio não foi tão proveitosa. Neste ano de 2008 o cometa não ultrapassaria a 10a magnitude durante os meses de julho e agosto, embora esteja bem localizado durante toda a noite (dirigindo-de de Águia para Capricórnio). Em fins de julho o cometa foi estimado na 12a-13a magnitude. No entanto o cometa "acendeu" a partir da primeira semana de agosto e é estimado na 8a magnitude.


Missão STS-125: O conserto do Telescópio Espacial Hubble

(Apolo11) A próxima missão do ônibus espacial, prevista para outubro de 2008, deverá realizar uma das mais importantes tarefas de reparo espacial. Batizada de STS-125 a missão fará a última visita de conserto e melhorias ao telescópio espacial Hubble, deixando-o melhor e mais preciso para seus próximos cinco anos, ou mais, de operação.





Missão STS-109 em março de 2002, a terceira de conserto no telescópio


O telescópio Hubble está em operação desde 1990, quando foi colocado em órbita pelo ônibus espacial Discovery a 565 km de altitude. Desde então o telescópio circulou a Terra por mais de 97 mil vezes e forneceu a mais de 4 mil astrônomos a possibilidade de estudar estrelas que não podem ser vistas da Terra devido à interferência da atmosfera.


"Atualmente conseguimos ver objetos que emitiram luz há 13 bilhões de anos", diz Dave Leckrone, cientista sênior do telescópio. "Como o universo tem aproximadamente 13.7 bilhões de anos, o que vemos é sua infância, seu berçário".



Novos Instrumentos


A STS-125 será a quinta missão de reparo a voar até o telescópio. Seus predecessores substituíram e repararam componentes danificados e adicionaram avançadas câmeras e equipamentos científicos, que deixaram o Hubble cada vez mais poderoso. E desta vez não será diferente.


Um dos instrumentos que deverá ser instalado no interior do telescópio será o COS - Cosmic Origins Spectrograph ou espectrógrafo de Origens Cósmicas - um instrumento de 70 milhões de dólares do tamanho de um telefone, desenvolvido pela universidade do Colorado. O instrumento terá a função de analisar a absorção da luz vinda de quasares muito distantes após passar pelas nuvens de gás das galáxias em seu caminho. Essa análise permitirá aos cientistas conhecerem a composição do gás cósmico, como se altera com o tempo e como afeta as galáxias ao seu redor.


Outro instrumento que será adicionado ao telescópio Hubble será a WFC3 (Wide Field Camera 3 ou Câmera de Campo Largo 3), uma câmera capaz de fazer imagens em ultravioleta e infravermelho de larga escala e extremamente limpas e detalhadas. A WFC3 também poderá captar imagens no espectro visível, mas não com o mesmo detalhamento da câmera atual, a ACS. Segundo Leckrone, ambas as câmeras trabalharão em conjunto, de forma complementar.



Trabalho Intelectual


Para que esses e outros instrumentos sejam instalados será necessário uma série de caminhadas espaciais, mas que serão muito diferentes das tradicionais caminhadas feitas na Estação Espacial, ISS.


Telescópio antes e depois do conserto, com novos painéis instalados. Crédito: Nasa

Enquanto na montagem da Estação Espacial os astronautas devem manipular grandes peças como guindastes, andaimes e módulos, no telescópio Hubble os astronautas terão um trabalho mais científico e intelectual. Tony Ceccacci, diretor de vôo da missão explica: "O trabalho na ISS se assemelha ao da construção civil enquanto o trabalho no Hubble se compara ao de uma cirurgia cerebral".

Apesar da instalação dos novos equipamentos e a troca de alguns itens, como giroscópios, baterias e um sensor de guiagem ser um grande desafio, a atividade de reparos deverá ser a mais complicada.

A nova câmera WFC3 e o espectrógrafo COS foram projetados para serem instrumentos científicos complementares aos já existentes no telescópio, entre eles a câmera ACS e o espectrógrafo STIS. No entanto esses instrumentos apresentaram algumas falhas nos últimos anos e peças específicas dentro deles precisam ser substituídas. O problema é que esses instrumentos não foram projetados para serem reparados no espaço.

Dezenas de Parafusos

Mesmo considerado um trabalho difícil, a equipe de Ceccacci tem confiança que a missão será realizada corretamente, mas todos sabem que não será fácil. Para consertar o espectrógrafo, por exemplo, será necessária a remoção de mais de 100 parafusos apenas para acessar a placa principal do computador, que será substituída.

Scott Altman, comandante da STS-125, acredita que essa missão será muito importante para adquirir prática em consertos espaciais. "Imagine uma missão a Marte. Você não vai querer levar uma caixa gigantesca de peças de reposição, quando apenas a troca de um pequeno transistor resolveria o problema".

Inspeção Externa

Durante a missão, não só as tarefas externas serão diferentes das tradicionais missões à ISS. Sem a ajuda da tripulação da Estação, a inspeção da proteção térmica deverá ser mais intensiva e feita por meios próprios. Para isso os astronautas usarão as câmeras e sensores acoplados ao braço robótico de 17 metros que inspecionará não apenas o nariz da nave, mas toda a fuselagem e extremidade das asas, além da parte superior e inferior da cabine.

Tripulação

O lançamento do ônibus Atlantis está previsto para o dia 8 de outubro às 02h34 da manhã e será comandado por Scott Altman e o piloto Gregory Johnson. A tarefa de conserto e upgrade do telescópio ficará sob responsabilidade dos especialistas Andrew Feustel, Michael Good, John Grunsfeld, Mike Massimino e Megan McArthur. Como em todas as operações da Nasa toda a missão será transmitida pela NASA-TV, retransmitida diariamente pelo ApoloChannel.

Programa Espacial – O sonho possível

(Carlos Ganem / AEB / Panorama Espacial) Um programa espacial é muito mais do que fazer e lançar foguetes, satélites e veículos espaciais. É mais do que uma área física, onde se instalam radares, equipamentos de telemetria, meteorologia e torres de lançamento. É um objetivo que congrega os sonhos de conhecimento e domínio do espaço que está presente desde os primórdios da Humanidade na sua atitude diante do Universo.

Essa meta não é fácil de se alcançar. A atividade espacial é complexa, exige planejamento, longo prazo de maturação, e ainda assim, é de alto risco. Grandes conquistas foram alcançadas por meio da atividade espacial. Atualmente, diminuímos as distâncias por meio das telecomunicações que levam informação, saúde e educação a lugares de difícil acesso. Mapeamos com precisão o Planeta, fazemos previsões meteorológicas cada vez mais acuradas...

Mas esse desenvolvimento cobra um preço. Não é por acaso que, com pouquíssimas exceções, praticamente todos os programas espaciais do mundo exibem um longo histórico de tristes ocorrências. E no Brasil, esse desenvolvimento não foi diferente.

Hoje é um dia triste para o Programa Espacial Brasileiro, em que lembramos dos 21 técnicos que há cinco anos perderam suas vidas, no acidente ocorrido em Alcântara (MA), acreditando no sonho de garantir ao Brasil o acesso ao espaço. Em respeito à memória dos que se foram e, sem desistir de proporcionar ao País a soberania e os benefícios advindos da tecnologia espacial, é que precisamos continuar esse projeto.

Chegar ao espaço é uma meta que será cumprida em um futuro próximo. Em 2010, deverá ser lançado o primeiro protótipo de uma nova série de foguetes que está sendo desenvolvida no Comando-Geral de Tecnologia Aeroespacial (CTA), a do Veículo Lançador de Satélites (VLS). Nesse mesmo ano, deverá ser lançado pela Alcântara Cyclone Space (ACS), empresa binacional Brasil-Ucrânia, o primeiro foguete, Cyclone-4, a partir de Alcântara, abrindo-nos as portas para a exploração comercial das atividades espaciais.

Mas, o Programa Espacial Brasileiro vai muito além disso. As atividades espaciais que serão desenvolvidas em Alcântara serão a base da criação de um pólo de desenvolvimento sócio-ambiental, cultural, turístico, econômico e tecnológico que constituirá o Complexo Espacial de Alcântara (CEA). Isso permitirá a inclusão cidadã da vila de Alcântara e de toda a comunidade quilombola que vive em torno do projeto.

A Plataforma Multimissão, que está sendo desenvolvida pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e pela indústria nacional, será a base de diversos satélites que muito contribuirão para o conhecimento e monitoramento do nosso território. O Satélite CBERS desenvolvido em parceria com a China já produziu 500 mil imagens de sensoriamento remoto que foram distribuídas gratuitamente, via Internet.

Atualmente, fabricamos foguetes de sondagem que estão entre os melhores existentes e permitem a realização de pesquisas e experimentos em ambientes de microgravidade por instituições de pesquisas brasileiras.

O AEB Escola, programa desenvolvido pela Agência Espacial Brasileira (AEB), há dez anos, leva a milhares de estudantes o conhecimento e o estímulo para as atividades espaciais, por meio de oficinas e formação continuada de professores. Do mesmo modo, realiza, anualmente, a Olimpíada Brasileira de Astronomia e Astronáutica (OBA), que tem como objetivo despertar o interesse dos alunos do ensino Médio e Fundamental, para a temática espacial, em parceria com a Sociedade Astronômica Brasileira (SAB). É a maior garantia de que no futuro teremos essa ação de responsabilidade social, gerando mão-de-obra técnica e científica aplicada ao segmento espacial.

Ter um satélite geoestacionário brasileiro, usado para fins meteorológicos, de comunicação e de defesa é um projeto que nos libertará de parte da dependência externa. Hoje, todos esses serviços são fornecidos por satélites estrangeiros.

O Programa Espacial Brasileiro está vivo, operante e com ações que o suportam e o estruturam. Sua afirmação estratégica para o Estado brasileiro é reconhecida como prioritária pelo presidente Lula.

Carlos Ganem – Presidente da Agência Espacial Brasileira.

Ravinas de Marte foram criadas por água corrente, afirma novo estudo

Estruturas similares às da Antártida teriam sido geradas por derretimento de geleira.Clima de Marte teria sido mais ameno, a ponto de permitir o líquido na superfície.


(G1) Para uma equipe de pesquisadores americanos, as imagens abaixo são a prova de que, há alguns milhões de anos (um passado não muito distante em termos geológicos), a água corria pela superfície de Marte. Em artigo na edição desta semana da revista científica "PNAS", James Head e seus colegas da Universidade Brown examinaram imagens de uma subdivisão da cratera Newton, perto do pólo Sul marciano. De acordo com eles, as ravinas na rocha são quase idênticas a estruturas na Antártida, causadas pelo derretimento de geleiras e pelo escoamento de água sobre a pedra. A idéia é que a atmosfera de Marte no passado recente teria permitido a existência ao menos temporária de água no estado líquido.



Uma ravina marciana (à esq.) e a estrutura correspondente na Antártida: gêmeas planetárias? (Foto: PNAS)


Para cientistas, qualquer semelhança com água corrente na Terra não é mera coincidência (Foto: PNAS)

segunda-feira, 25 de agosto de 2008

A forma exata da Terra

Redonda e achatada o quanto? Para mapear com precisão inédita a superfície referencial do planeta, a Agência Espacial Européia lançará o satélite GOCE em setembro.

(JC / Fapesp) Qual é a forma exata da Terra? A pergunta pode parecer, mas não é tão simples como se imagina. Hoje se sabe que não é plana, como se pensou durante muitos séculos, mas ao mesmo tempo ainda falta uma medição acurada.

Como pela primeira vez estão disponíveis tecnologias para mapear com exatidão o geóide – como se chama a forma referencial da Terra, não esférica, mas achatada nos pólos –, a Agência Espacial Européia (ESA) se prepara para lançar o GOCE Earth, que tem esse entre seus objetivos.

Trata-se da mais completa missão já organizada para investigar o campo gravitacional e mapear a forma referencial do planeta com resolução e exatidão sem precedentes.

Com lançamento previsto para 10 de setembro, o GOCE (sigla para Gravity field and steady-state Ocean Circulation Explorer) será posicionado em órbita por um foguete russo Rockot.

O satélite de 1 tonelada carregará um conjunto de seis acelerômetros de alta sensibilidade que medirão os componentes do campo gravitacional terrestre em seus eixos. Os dados coletados serão usados para fornecer um mapa de alta resolução do geóide e das anomalias gravitacionais.

Segundo a ESA, esse mapa não apenas aumentará o conhecimento e a compreensão da estrutura interna da Terra como será usado como uma referência muito melhor para estudos do oceano e do clima, incluindo mudanças no nível do mar, circulação oceânica e observação das calotas polares.

Para tornar possível a missão, a agência, seus parceiros e cientistas envolvidos tiveram que superar alguns importantes desafios tecnológicos. O motivo era a dificuldade de construir um satélite que orbitasse a Terra próximo o bastante para obter dados gravitacionais de alta exatidão, mas que, ao mesmo tempo, deveria ser capaz de filtrar os "ruídos" e superar o arrasto causados pelos traços remanescentes da atmosfera – o GOCE estará a 260 quilômetros de altitude.

O satélite faz parte do programa de Exploração da Terra da ESA, que tem outras duas missões em desenvolvimento. A primeira, com lançamento previsto para 2012, é a ADM-Aeolus, para estudo da dinâmica da atmosfera terrestre. A EarthCARE, que investigará o balanço radioativo do planeta, está programada para três anos depois.

O lançamento do GOCE será transmitido ao vivo pela internet.

Mais informações: http://www.esa.int/goce

Astrônomos descobrem grupo gigante de galáxias

(AFP / JB) O observatório astronômico europeu XMM-Newton encontrou o maior grupo de galáxias jamais visto no universo, uma descoberta que pode confirmar a existência da energia negra, anunciou nesta segunda-feira em um comunicado a Agência espacial européia (Esa).

Este "monstro", batizado 2XMM J083026+524133, deve conter "uma massa correspondente a mil galáxias" e foi observado quando o XMM-Newton, que tem como missão estabelecer um catálogo de fontes cósmicas emissoras de raios X (planetas, cometas, quasares...) estava focalizado em outro objeto.

O J083026+524133 foi visto porque forma uma mancha muito brilhante. Observado em seguida com um potente telescópio de Arizona, se revelou um grupo de galáxias com mil vezes a massa de nossa galáxia, a Via Láctea.

- A presença deste grupo confirma bem a existência de um elemento misterioso do Universo, a energia negra - suposto responsável pela aceleração da expansão do Universo, destacou em um comunicado Georg Lamer, do Instituto de astrofísica de Potsdam (Alemanha).

- Grupos de galáxias tão grandes como este são objetos raros no Universo. E a existência destas galáxias só pode ser explicada pela energia negra - indicou.

Segundo os astrofísicos, a maior parte do grupo situado a 7,7 bilhões de anos-luz seria formada de um gás a temperatura de 100 milhões de graus.A equipe de astrofísicos que encontrou este grupo de galáxias estudava o catálogo de 190.000 fontes de raios X do XMM-Newton (X-Ray Multimirror Mission/Espelhos múltiplos para o estudo dos raios X), que realizou 3.500 observações em 1% do céu.

Exposição mostra registros arqueoastronômicos do Brasil

(JB) 'Registros Arqueoastronômicos no Brasil' é a exposição que o Museu Paranaense Emílio Goeldi inaugura nesta sexta-feira, em Belém. A mostra apresenta contribuições da arqueoastronomia na análise de vestígios arqueológicos, com motivos astronômicos, encontrados no País. Quem visitar a exposição montada na Rocinha do MPEG conhecerá o céu a partir da perspectiva das sociedades antigas.

Área de cooperação científica entre a arqueologia e a astronomia, a arqueoastronomia busca estudar o conhecimento dos povos antigos sobre o movimento dos corpos celestes e sua influência na vida das populações a partir de vestígios com motivos astronômicos encontrados em escavações arqueológicas e na arte rupestre.

No Brasil, a arqueoastronomia se vale principalmente da arte rupestre – pinturas e gravuras pré-históricas deixadas em rochas, feitas com instrumentos (espátulas, pincéis, cinzéis) e tintas de origem orgânica ou mineral. São vários os sítios arqueológicos de arte rupestre que apresentam motivos possivelmente astronômicos, como Monte Alegre (PA), Xambioá (TO), Pedra do Ingá (PB), Central e Xique-Xique (BA), Vale do Cochá e Varzelândia (MG), entre outros.

- Imagens com motivos astronômicos são encontradas em várias regiões do País - explica a arqueóloga do MPEG, Maura Imazio, uma das curadoras da exposição.

Daí, o objetivo da mostra de apresentar a interpretação dos astrônomos para esses vestígios arqueológicos, que revelam parte do conhecimento astronômico das sociedades humanas que habitaram diferentes regiões do País há milhares de anos.

Dividida em módulos, com fotos e desenhos, a exposição inicia informando o visitante, sobre noções de Arqueologia e Astronomia para, em seguida, apresentar a contribuição da etnoastronomia – ciência que estuda o conhecimento astronômico das sociedades atuais – para a arqueoastronomia, bem como visões do céu em diferentes culturas.

O módulo seguinte exibe os registros arqueológicos, como pintura e gravura rupestres coletados por diversos pesquisadores brasileiros. Por fim, são apresentados os trabalhos de aqueoastronomia que foram realizados até então e as perspectivas futuras.

Astrônomos descobrem novo asteróide de 'origem exótica'

Pesquisa de galáxias identificou 50 novos objetos cósmicos no Sistema Solar.

(BBC / G1) Astrônomos envolvidos na maior pesquisa mundial sobre galáxias descobriram um novo conjunto de objetos cósmicos em regiões remotas do Sistema Solar, incluindo um que teria uma "origem exótica".

O asteróide, identificado como 2006 SQ372, está sendo considerado anormal por sua órbita rara e composição pouco comum, de gelo e rocha.

"O objeto tem até 96 quilômetros de diâmetro e é formado provavelmente por rocha e gelo, como um cometa. Apesar disso, nunca se aproxima do Sol o suficiente para desenvolver uma cauda", disse o coordenador da equipe de astrônomos, Andrew Becker, da Universidade de Washington.

Ainda segundo Becker, o asteróide circunda em uma órbita rara.

Simulações feitas por especialistas envolvidos no projeto Sloan Digital Sky Survey mostraram que o objeto não continuará na mesma órbita por muito tempo (pelo menos para padrões astronômicos).

"Em mais da metade dos testes, nosso novo objeto se aproximará de Netuno ou Urano nos próximos 180 milhões de anos", disse Becker.

"Uma interação com um dos dois planetas poderia arremessar o 2006 SQ372 em uma direção desconhecida, impossível de se prever".

Cinturão cósmico

A equipe de astrônomos investigava uma região conhecida como Faixa 82 quando se deparou com quase 50 novos corpos com tamanhos de asteróides localizados em regiões remotas do Sistema Solar.

Como parte da busca pela supernova - estrelas que explodem em galáxias distantes - o telescópio robótico Sloan, baseado no Estado americano do Novo México, lança suas lentes sobre a área a cada três anos.

Ao comparar imagens feitas em noites diferentes, os astrônomos puderam identificar os asteróides à medida em que se moviam pelo céu.

Muitos dos objetos identificados são "membros normais do cinturão de Kuiper", mas outros revelaram-se surpresas para os astrônomos.

Além do asteróide 2006 SQ372, os especialistas descobriram dois asteróides Trojan, que circundam na mesma órbita de Netuno, o país mais distante no Sistema Solar.

"Júpiter tem vários trojans", disse Becker. "Sabíamos que Netuno deveria ter a mesma população de objetos, mas poucos deles haviam sido revelados antes desta pesquisa", disse o pesquisador.

Brasileiros vão à caça de planetas gigantes

(Folha) Pesquisadores brasileiros acabam de se tornar sócios de um dos clubes mais exclusivos da astronomia. Eles vão usar dados de um telescópio nos Estados Unidos para procurar planetas gigantes fora do Sistema Solar e obter pistas sobre a evolução do Universo.

O tal clube, o SDSS (Sloan Digital Sky Survey), se auto-intitula "o levantamento astronômico mais ambicioso já realizado". Desde o começo da década, seus cientistas têm usado um telescópio com espelho de 2,5 metros de diâmetro para fazer varreduras sistemáticas do céu e desvendar a geografia do cosmo: como as galáxias se distribuem pelo Universo e por que elas estão onde estão.

Até agora, o projeto já detectou mais de 200 milhões de objetos celestes e ajudou a confirmar que uma energia misteriosa -a energia escura- está realmente acelerando a expansão do Universo. Também ajudou a rastrear os vestígios de galáxias que se chocaram com a Via Láctea no passado.

O astrônomo gaúcho Marcio Maia, do Observatório Nacional, compara o SDSS a "um boi com muito filé mignon". É tanta informação, diz, que é impossível digerir toda essa carne. E os sócios do clube, claro, têm prioridade de acesso aos dados. "Eles comem o filé e deixam o pescoço", compara Maia.

Na terceira fase do SDSS, que acaba de começar e vai até 2014, uma dúzia de astrônomos brasileiros de quatro instituições ganhou o direito de também sentar à mesa. O ingresso na parceria custou ao Observatório Nacional US$ 900 mil, e o trabalho envolverá pesquisadores das universidades federais do Rio, Rio Grande do Sul e Rio Grande do Norte.

Os cientistas vão atacar três grandes questões: a energia escura, a composição química da Via Láctea e a estrutura e formação dos sistemas planetários extra-solares.

Este último estudo envolverá o mapeamento de 11 mil anãs-vermelhas, estrelas pouco brilhantes que até recentemente eram desprezadas pelos astrônomos, mas que ultimamente têm se revelado promissoras para a busca de outros mundos.

Além de observações astronômicas, como a de planetas gigantes, a terceira fase do SDSS vai estudar cosmologia. Os cientistas querem medir a velocidade das galáxias e ampliar o mapeamento já feito nas fases anteriores do projeto --usando, por exemplo, o infravermelho, que permite enxergar através de poeira e gás. A idéia, segundo Maia, é cercar os modelos teóricos que prevêem como o Universo funciona. "Os modelos terão de reproduzir a distribuição de galáxias observada", diz.

Saber isso é importante, porque esses modelos são alimentados por propostas teóricas do que poderiam ser as misteriosas matéria escura e a energia escura, que respondem pela maior parte da composição do cosmo, mas que ninguém sabe o que são. Replicar o funcionamento do Universo usando tais modelos significará que os cientistas estão no caminho de decifrar o mistério.

Resfriamento das relações com a Rússia ameaça acesso dos EUA ao espaço

Entre 2010 e 2015, americanos vão depender das naves russas. Nasa teme que conflitos diplomáticos afetem acesso à Estação Espacial Internacional.




(G1) O "resfriamento" das relações diplomáticas entre Estados Unidos e Rússia, depois que Moscou invadiu a Geórgia e Washington decidiu colocar um escudo antimísseis no Leste Europeu, pode ter conseqüências graves para o programa espacial americano. Com a aposentadoria dos ônibus espaciais, em 2010, a Nasa vai depender das naves russas Soyuz para ter acesso à Estação Espacial Internacional por pelo menos cinco anos. O medo é que, até lá, a boa vontade russa diminua ou que as Soyuz sofram algum problema técnico.

Os ônibus espaciais americanos são um projeto antigo, do final dos anos 1970. O mais velho da frota ainda em funcionamento, o Discovery, fez seu primeiro vôo em 1984. Você confiaria em um carro de 1984 em alta velocidade? Pois é. Em 2010, o Discovery terá 26 anos de idade, o Atlantis terá 25 e o "jovem" Endeavour, 18. Os pioneiros Challenger e Columbia foram vítimas de acidentes que mataram todos os astronautas a bordo, em 1986 e 2003, respectivamente.

Desde que o Columbia explodiu na reentrada, a pressão pela substituição dos ônibus espaciais cresceu e o governo Bush estabeleceu que a frota seria aposentada à força em 2010. Para substituí-la a Nasa projeta uma nova nave, a Orion, mais parecida com as russas Soyuz e com as americanas do projeto lunar Apollo. Em vez de um grande ônibus que plana de volta à Terra, as Orion serão sondas que despencarão no retorno e precisarão ser resgatadas no mar.

O projeto das novas naves, previstas inicialmente para entrar em operação assim que a aposentadoria da antiga frota entrasse em vigor, foi atrasado. Agora, a Nasa passará uns bons anos sem ter acesso livre às estrelas. As Orion não devem ficar prontas antes de 2015. Para chegar à Estação Espacial Internacional (paga em grande parte com dinheiro americano), vai depender dos russos.

Há outro problema. Uma lei americana de 2000 proíbe agências do governo, como a Nasa, de ter contratos com países que ajudariam o Irã ou a Coréia do Norte -- o que é o caso da Rússia. A Nasa depende que o Congresso americano vote e abra uma exceção. Se as relações entre os dois países continuarem a se deteriorar, isso acabará improvável.

Outro risco é a possibilidade de que a Soyuz seja retirada de serviço -- tanto por uma "bronca" russa quanto por um problema técnico real, como o que ocorreu este ano. A ISS possui um veículo de emergência para retirada dos astronautas a bordo. Mas sem ônibus espacial e sem Soyuz seria impossível levar alguém de volta para lá. E como a estação precisa de alguém cuidando das coisas 24 horas, uma emergência do tipo pode ver um projeto de US$ 100 bilhões enferrujar e queimar na atmosfera da Terra.

OS PRIMEIROS OBJETOS DO CINTURÃO EDGEWORTH-KUIPER

No próximo sábado 30 de agosto se completam 16 anos do descobrimento do objeto 1992 QB1, que permitiu aos astrônomos verificar a existência de um segundo cinturão de objetos em torno do Sol.

Listamos os primeiros dez objetos descobertos neste cinturão.

A lista contém:

#) Denominação; Tipo; Data descobrimento.

1) (2060) Quiron; Centauro; 22 junho 1978.
2) (15760) 1992 QB1; Cubewano; 30 agosto 1992.
3) (180708) 1993 FW; Cubewano; 28 março 1993.
4) 1993 RO; Plutino; 14 setembro 1993.
5) 1993 RP; Plutino; 15 setembro 1993.
6) (15788) 1993 SB; Plutino; 16 setembro 1993.
7) (15789) 1993 SC; Plutino; 17 setembro 1993.
8) 1994 ES2; Cubewano; Março 1994.
9) 1994 EV3; Cubewano; Março 1994.
10) (15807) 1994 GV9; Cubewano; 15 abril 1994.

(Fonte: LIADA)

Buraco negro pode dar origem a estrelas, diz pesquisa

Astrônomos escoceses criaram uma simulação de computador que explica como buracos negros supermaciços, como o existente no centro da Via Láctea, podem promover o nascimento de estrelas próximas.

(BBC / G1) Astrônomos escoceses criaram uma simulação de computador que explica como buracos negros supermaciços, como o existente no centro da Via Láctea, podem promover o nascimento de estrelas próximas.

A descoberta, publicada na edição mais recente da revista científica Science, representa um novo cenário possível para explicar a formação de estrelas e pode ajudar os astrônomos a determinar como as estrelas surgiram na fase inicial do universo.

A concepção dos buracos negros é de que eles destróem tudo em seu caminho, incluindo o tempo, o espaço e a matéria.

Estrelas conseguiriam escapar da destruição se suas órbitas as mantivessem longe o suficiente.
Porém, algumas estrelas não apenas orbitam extremamente perto de um buraco negro supermaciço, mas também parecem ter se formado na região.

Simulação

Com a ajuda de um modelo de computador desenvolvido pelos astrofísicos Ian Bonnel, da Universidade de St. Andrews, em Fife, e Kenneth Rice, da Universidade de Edimburgo, o processo de formação pôde ser observado.

A simulação acompanhou duas nuvens de hidrogênio molecular hipotéticas - o material básico de construção estelar - se movendo a cerca de um ano-luz de um imenso buraco negro supermaciço, parecido com o existente no centro da Via Láctea.

Os pesquisadores disseram à Science que quando as nuvens caíram no buraco negro, a gravidade do buraco abalou mas não destruiu sua pesada estrutura.

No final, as nuvens se achataram e se fundiram em um disco que seguiu uma órbita elíptica.
Durante o achatamento, cerca de 200 estrelas foram iniciadas, em algumas centenas de milhares de anos.

Os resultados combinam com as duas propriedades básicas das estrelas jovens do centro de nossa galáxia: sua grande massa e suas órbitas excêntricas ao redor do buraco negro supermaciço.

"O tempo de vida relativamente curto de (cerca de) 10 milhões de anos das estrelas atualmente presentes ao redor do buraco negro supermaciço da galáxia sugere que este processo deve ser repetitivo", afirmou o professor Bonnell.

sábado, 23 de agosto de 2008

Telescópio faz 'foto de família' com diversas gerações de estrelas

Ventos escaldantes das estrelas maiores acabam forçando formação de novos astros.Imagem feita pelo Telescópio Espacial Spitzer é da colorida nuvem W5.


(G1) O Telescópio Espacial Spitzer, da Nasa, fez uma imagem de uma colorida nuvem cósmica, chamada apenas de "W5", que reúne estrelas em diversas fases de formação. A foto "apresenta um conto de vida e morte em meio à história de uma rica família", brincou a agência americana em nota.



As maiores estrelas dessa nuvem chegam a ser 60 vezes maiores que nosso Sol.

Os ventos extremamente quentes combinados com a radiação local

podem servir para formar outras estrelas. (Foto: Nasa/Reuters)

Além de chamar a atenção por sua beleza, a imagem também ajuda os astrônomos. Ela mostra que as estrelas maiores são capazes de servir de "gatilho" para o nascimento de outras estrelas -- graças aos seus ventos e à sua radiação.

As conclusões dos cientistas serão apresentadas em um trabalho feito pelo Harvard Smithsonian Center, nos Estados Unidos, na edição de dezembro da revista científica especializada em astrofísica "Astrophysical Journal".

sexta-feira, 22 de agosto de 2008

Nasa explode foguete que desviou de rota

(Associated Press / Folha) A Nasa (agência espacial norte-americana) informou nesta sexta-feira (22) ter destruído um foguete experimental que carregava satélites de pesquisa. A agência tomou a atitude em razão de o veículo ter desviado de seu curso logo após o lançamento.

De acordo com a Nasa, não há registros de estragos causados pela destruição do foguete, mas a agência afirma que destroços da explosão podem ser perigosos. A Nasa afirma que grande parte dos destroços caiu no Oceano Atlântico, próximo à costa da Virgínia.

O órgão afirma que o foguete --um protótipo feito pela empresa Alliant Techsystems (ATK)-- foi destruído por controle remoto, quando estava a uma altura entre 3.300 metros e 3.600 metros. Representantes da agência dizem não saber as causas do problema e afirmam que a atitude foi tomada para evitar prejuízos à população.

A Nasa pagou US$ 17 milhões pelos dois satélites de pesquisa e os preparativos para o vôo.

É possível chorar no espaço?

(Terra / JB) É perfeitamente possível - apesar de um astronauta não ter lá muitos motivos para chorar ao chegar lá em cima, brinca a coordenadora do centro de gravidade da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS), professora Thaís Russomano.

Ela conta que, ao chorar, a pessoa contrai os canais lacrimais da mesma forma que quando está na Terra - são essas estruturas as responsáveis por expelir as lágrimas. "A diferença está no que aconteceria com as lágrimas ao sair do olho", explica Thaís. "Em vez de rolar pela face, elas flutuariam com a ausência de gravidade."

A especialista conta, ainda, que o ambiente em uma nave espacial é extremamente controlado para que tenha uma composição semelhante à terrestre. Oxigênio, nitrogênio e gás carbônico aparecem nas mesmas proporções, assim como a pressão é também igual.

A idéia é reduzir ao máximo o baque de navegar a 27 mil quilômetros por hora em órbita da Terra. Thaís lembra que todas as secreções, com a gravidade zero, são tratadas com o máximo cuidado - urina e fezes, por exemplo, são sugadas imediatamente, para reduzir o risco de doenças na espaçonave.

Investimento na base de Alcântara foi zero em 2008

(Folha) No dia em em que a maior tragédia da história do programa espacial brasileiro completa cinco anos, o governo federal chega ao oitavo mês do ano sem ter executado nenhum investimento em ações relativas à base de Alcântara com recursos do Orçamento deste ano. Em 22 de agosto de 2003, o incêndio do VLS-1 (Veículo Lançador de Satélites) na base maranhense matou 21 pessoas.

Segundo dados da execução orçamentária do Pnae (Programa Nacional de Atividades Espaciais) deste ano, de um investimento autorizado de R$ 62 milhões para sete ações, a AEB (Agência Espacial Brasileira) e o Comando da Aeronáutica, órgão responsável por uma parcela de 0,3% dos investimentos previstos, ainda não desembolsaram nenhum centavo.

O presidente da AEB, Carlos Ganem, há cinco meses no cargo, disse à Folha que uma das razões para a baixa execução orçamentária é o fato de "não ter espaço para ser maior".

Segundo ele, a questão pode ser vista como a relação "entre o ovo e a galinha. "A baixa execução pode estar ligada à inexistência de um mercado forte para atividade espacial", disse.

O Pnae nem chegou a ser incluído entre os 101 programas prioritários do governo para 2008, segundo lista anexada à Lei de Diretrizes Orçamentárias elaborada no ano passado e que serviu de parâmetro para o Orçamento deste ano.

As únicas ações do governo relativas a investimentos em Alcântara no Orçamento deste ano foram referentes a reservas de recursos --os chamados empenhos. Até o início de agosto, R$ 20,1 milhões haviam sido reservados, mas ainda estavam pendentes de execução.

Desse dinheiro, R$ 20 milhões foram empenhados em julho, referente a "Estudos para a implantação do Centro Espacial de Alcântara". O valor, no entanto, permanece nos cofres do governo federal.

Essa ação não constava da lei orçamentária anual e só foi criada no mês passado, juntamente com a abertura de um crédito extraordinário de R$ 40 milhões. A medida veio após contestações do TCU (Tribunal de Contas da União).

A equipe técnica do tribunal detectou, no ano passado, um sobrepreço de R$ 122 milhões no edital de licitação para as obras do Centro Espacial de Alcântara, inicialmente orçadas em mais de R$ 600 milhões.

Em março deste ano, apesar de os técnicos terem pedido a anulação do edital, o TCU decidiu manter a concorrência, sob a condição de a AEB reformular uma série de pontos no edital. No entanto, no dia 6 de junho, a própria agência espacial decidiu revogar a licitação e reformular o projeto.

Até a primeira quinzena de agosto, o R$ 1,4 milhão gasto pelo governo em sete ações ligadas a Alcântara se referiam a despesas correntes, como pagamento de diárias e compra de material de consumo.

No ano passado, os investimentos do governo em ações ligadas ao desenvolvimento da estrutura de Alcântara chegaram a R$ 39,3 milhões, segundo dados do Orçamento.

Mais verba

Apesar do fraco desempenho até o momento na execução orçamentária, a destinação de recursos para o Programa Nacional de Atividades Espaciais subiu 480% desde 2003, ano da tragédia no centro de lançamentos no Maranhão. O orçamento total autorizado para o Pnae passou de R$ 35,9 milhões, há cinco anos, para R$ 208,7 milhões neste ano.