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quinta-feira, 2 de agosto de 2007

Novo tipo de galáxia é descoberto


Astrônomos dos EUA e do Japão, usando os observatórios espaciais Swift e Suzaku, encontram uma nova classe de galáxia ativa, envolta por uma camada de poeira e gases tão densa que não deixa escapar luz alguma.
Um novo tipo de galáxia ativa acaba de ser descoberto por um grupo internacional de cientistas, a partir de dados obtidos pelos observatórios espaciais Suzaku, do Japão, e Swift, dos EUA.
O núcleo galáctico ativo (NGA) encontrado é de uma classe que até agora não havia sido detectada, por estar em uma região envolta por gases e poeira tão densos da qual, virtualmente, nenhuma emissão de luz consegue escapar.
NGA é uma região no centro de uma galáxia com luminosidade muito acima do normal em uma ou mais ondas do espectro eletromagnético. Estima-se que a radiação emitida pelo NGA seja resultado da acreção para o buraco negro supermassivo no centro da galáxia. Uma galáxia com um NGA é conhecida como galáxia ativa.
NGAs, como quasares, blazares ou galáxias Seyfert, estão entre os objetos mais luminosos no Universo, freqüentemente despejando a energia de bilhões de estrelas a partir de uma região menor do que o Sistema Solar.
“Essa é uma descoberta muito importante, pois nos ajudará a compreender melhor por que alguns buracos negros supermassivos brilham e outros não”, disse Jack Tueller, do Centro de Vôo Espacial Goddard, da Nasa, a agência espacial norte-americana, e um dos autores da descoberta, que será publicada no periódico Astrophysical Journal Letters.Evidências desse novo tipo de NGA surgiram nos últimos dois anos. Por meio de instrumentos contidos no Swift, a equipe liderada por Tueller encontrou centenas de NGAs relativamente próximos do Sistema Solar que nunca haviam sido observados por estar escondidos em meio a gases e poeira. Diferentemente da luz visível, raios X de alta energia conseguem passar por tal barreira, tornando possível a identificação por telescópios como o Swift.
Em seguida, o trabalho contou com a colaboração de astrônomos japoneses coordenados por Yoshihiro Ueda, da Universidade de Kyoto. Junto com os colegas norte-americanos, o grupo de Ueda examinou os objetos encontrados para determinar quais eram de tipos já conhecidos.
Os NGAs analisados residem nas galáxias ESO 005-G004 e ESO 297-G018, que estão, respectivamente, a 80 milhões e a 350 milhões de anos-luz da Terra.De acordo com modelos tradicionais, os NGAs estão envoltos por um disco de material, que cobre parcialmente o buraco negro. O ângulo de observação dos instrumentos com relação ao disco determinaria o tipo de objeto que seria identificado. Mas os responsáveis pela nova descoberta apontam que o NGA agora identificado está totalmente envolto por uma capa de material.
“Conseguimos identificar luz visível de outros tipos de NGA, mas, nessas duas galáxias, a luz que vem dos núcleos é totalmente bloqueada”, disse Richard Mushotzky, também do Centro Goddard. “Os resultados de nosso estudo implicam que deve haver um grande número de galáxias ativas obscurecidas e ainda desconhecidas no Universo local”, destacou Ueda.
“Achamos que esses buracos negros têm tido um papel fundamental no controle da formação das galáxias. Não se pode compreender o Universo sem entender os buracos negros gigantes e o que eles estão fazendo”, disse Tueller.
(Agência Fapesp, 1º/8)

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