domingo, 21 de outubro de 2007
Mistério Desvendado: Os géisers de Enceladus
Enceladus é a oitava lua de Saturno. Saturno é o sexto planeta do Sistema Solar, a contar do Sol. Com um diâmetro cerca de 10 vezes o da Terra, é o segundo maior planeta do Sistema Solar. A sua característica mais marcante são os belos anéis que o rodeiam., descoberto em 1789. É um pequeno satélite: o seu raio tem cerca de 250 km (15% do raio da nossa Lua.) e a sua massa é um milésimo da massa da nossa Lua. A sua superfície apresenta diferentes tipos de terreno: crateras, planícies, fissuras, espinhaços e cristas.
No pólo Sul, distinguem-se quatro fissuras, extensas e lineares, que os cientistas apelidaram de "listras de tigre" e lhes chamaram Alexandria, Cairo, Bagdade e Damasco.
Há cerca de dois anos, Enceladus surpreendeu os cientistas quando a Cassini-Huygens (NASA/ESA). A missão Cassini-Huygens é uma missão conjunta da NASA e da ESA dedicada a Saturno que foi lançada no dia 13 de Outubro de 1997. Esta missão é composta por duas sondas: a sonda Cassini cujo objectivo principal é o estudo de Saturno, da sua atmosfera e do seu campo magnético, e a sonda Huygens cujo objectivo é o estudo da atmosfera do maior satélite de Saturno, Titã. O ponto alto desta missão será sem dúvida o pouso da sonda Huygens na superfície de Titã. observou jactos e plumas de gelo na região polar do Sul, indicando a presença de géisers activos. Uma equipa de investigação da missão Cassini, a CICLOPS, mostrou agora que os jactos em Enceladus têm origem na região das "listras de tigre". Das quatro fissuras, as mais activas são Damasco e Bagdade, sendo Alexandria a menos activa.
Os dados observacionais recolhidos durante dois anos pela sonda Cassini permitiram comparar as imagens da lua com as imagens térmicas da região das listras de tigre. Para determinarem a localização precisa dos jactos na superfície de Enceladus, os cientistas mediram cuidadosamente a posição aparente e a orientação de cada jacto tal como foi observado pela sonda ao longo do bordo da lua. Ao realizar essas medições a partir de diferentes direcções de observação, pelo método da triangulação, puderam determinar com precisão a localização das fontes dos jactos.
Os cientistas concluíram que os jactos são expelidos verticalmente das quatro fissuras das listras de tigre, e em quase todos os casos, nas regiões mais quentes detectadas pelo espectroscópio(O espectrómetro é um instrumento cuja função é medir os comprimentos de onda de um determinado espectro de luz, permitindo identificar as espécies químicas responsáveis pelas riscas existentes nesse espectro) da Cassini.
Embora os cientistas já suspeitassem que a origem dos jactos individuais estivesse nas listras de tigre, este é o primeiro trabalho de investigação a apresentar provas conclusivas.
No artigo publicado no número mais recente da revista Nature, intitulado "Associação dos jactos de Enceladus com as regiões mais quentes das suas fracturas do pólo Sul", os investigadores sugerem que as características dos jactos podem depender da variação das forças de maré exercidas por Saturno sobre Enceladus ao longo da sua órbita.
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