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quarta-feira, 18 de junho de 2008

Estudantes americanos fazem intercâmbio na UFSC e ajudam em

(Jornal da Ciência) Eles vêm do campus de OsweGo, da Universidade do Estado de Nova York
No próximo mês de julho, a UFSC receberá um reforço no projeto de telescópio robótico que desenvolve em parceria com o LaboratórioNacional de Astrofísica (LNA).
A ajuda vem de seis estudantes americanos que viajam para Florianópolis por meio de um intercâmbio financiado pela National Science Foundation (NSF), órgão equivalente ao CNPq brasileiro. A entidade direciona bolsas para que alunos de graduação dos Estados Unidos tenham oportunidade de uma experiência fora do país.
Na UFSC os estudantes americanos serão integrados ao trabalho desenvolvido pelo Grupo de Astrofísica, ligado ao Departamento de Física. Estão previstos intercâmbios em 2008, 2009 e 2010, com estadias no Brasil de um mês e meio a cada ano. A primeira temporadaestá agendada para o período de 10 de julho a 20 de agosto.
Os estudantes vêm do campus de OsweGo, da Universidade do Estado de Nova York, onde trabalha o professor Shashi Kanbur, colaborador do Grupo de Astrofísica da UFSC. São alunos de graduação de cursos comofísica, astrofísica e ciência da computação, que já estão estudando português e passando por seminários preparatórios em seu país.
"É interessante que estejamos capacitando estudantes de fora e também é útil que tenhamos a contribuição deles no projeto de telescópio robótico", avalia Antônio Kanaan, professor do Grupo de Astrofísica da UFSC. "O trabalho será multiplicado por seis", brinca o estudante Paulo Henrique Silva, "braço direito" de Kanaan na concepção e implementação dos sistemas computacionais de comando do equipamento
Robotização
O projeto de telescópio robótico tem apoio do CNPq e do Instituto do Milênio Megalit (Instituto do Milênio para Evolução de Estrelas e Galáxias na Era dos Grandes Telescópios: Implementação de Instrumentação para o SOAR e GEMINI).
O trabalho está permitindo a automação de um equipamento de pequeno porte, de 40 centímetros de diâmetro, especialmente comprado para esse fim. O telescópio está no Observatório Pico dos Dias, em Itajubá, Minas Gerais.
Kanaan explica que um telescópio robótico é diferente, e bem mais complexo, do que um telescópio remoto. O remoto permite, basicamente,o controle à distância. Mas não dispensa a atuação do astrônomo no seu comando.
Já o robótico, além de ser gerenciado remotamente, é um equipamento"inteligente" . Ele é capaz de abrir ou fechar a cúpula do observatório em condições climáticas adversas, de acertar a direção do alvo que deve ser observado e o foco. Além disso, atua de maneira autônoma na realização das observações, a partir de uma lista com seqüência de alvos e especificações.
No projeto de telescópio robótico desenvolvido em parceria com o LNA, o sistema computacional responsável pelo funcionamento autônomo do equipamento está sendo desenvolvido na UFSC. Segundo Kanaan, um software básico de automação está pronto.
"Um dos aspectos mais importantes do sistema é que ele está com módulos bem organizados, e permite que novas funções sejam acopladas. Além disso, chegamos a uma programação que é adaptável a outros telescópios", explica o professor. Por ter esse desenho versátil, o sistema possibilita que os estudantes americanos colaborem, participando de tarefas bem específicas.
"Chegamos a um ponto em que podemos delegar pequenas tarefas",comemora Kanaan. "Eles também vão aprender o valor científico de um telescópio robótico", complementa o astrofísico que estuda estrelas anãs-brancas e, em 2004, em um trabalho conjunto com Travis Metcalf, da Universidade Harvard, e Michael Montgomery, de Cambridge, nos Estados Unidos, participou da descoberta de uma estrela cujo núcleo, cristalizado, é um gigantesco diamante.
Os textos produzidos pelo Grupo de Astrofísica destacam que a robotização traz esperança de que outras descobertas importantes no campo da astrofísica sejam possíveis. A equipe defende que equipamentos do gênero requerem investimentos de capital relativamente modestos e permitem realizar ciência competitiva e de alto impacto,complementar aos estudos realizados com grandes e caros telescópios de 8 a 10 metros de diâmetro.
A automação do equipamento possibilita melhores condições para execução de projetos de longo prazo e que requerem repetidas observações – como o monitoramento da evolução do brilho de estrelas e de galáxias. Além de participarem do desafio de expandir essas possibilidades de estudos trabalhando no projeto de telescópio robótico, os estudantes americanos terão a oportunidade de conhecer a cultura da Ilha de Santa Catarina.
Mais informações sobre a visita dos estudantes e sobre o projeto de telescópio robótico com o professor Antônio Kanaan, e-mail:kanaan@astro. ufsc.br.

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