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sábado, 21 de junho de 2008

Sonda Phoenix vê gelo evaporar em vala marciana

Cientistas ligados à missão dizem que o gelo deve ser de água, e não de gás carbônico
Fragmentos que aparecem no canto inferior esquerdo da vala
não estão mais presentes 4 dias depois


(AP / Reuters / Estadão) Cientistas anunciaram que a sonda Phoenix, da Nasa, encontrou água congelada ao escavar uma vala no solo da região ártica do planeta Marte. "É com grande orgulho e muita alegria que anuncio que encontramos a prova que procurávamos, de que isto é realmente gelo de água e não um outro material", disse o principal pesquisador da missão, Peter Smith.

Migalhas de um material brilhante, fotografadas no fundo da vala no sol 20 - ou vigésimo dia marciano da missão - já não estavam mais lá em fotos feitas durante o sol 24. O desaparecimento indica que os fragmentos deviam ser compostos de água congelada, que se sublimou (converteu-se em vapor sem passar pelo estado líquido) nos dias seguintes.

"Foi incrivelmente convincente", disse Smith, referindo-se à primeira vez em que viu as imagens dos fragmentos desaparecendo. "Agora sabemos com certeza que estamos numa superfície congelada e que podemos cumprir os objetivos científicos da missão".

Até dias atrás, continuava em aberto a possibilidade de o material ser composto por um tipo de sal. Além disso, pesquisadores que atualizam a página da Phoenix na rede social Twitter explicaram que é improvável que os fragmentos fossem de gelo seco - gás carbônico congelado - e não de água, porque a pressão atmosférica é muito baixa e a temperatura, muito alta na região de Marte explorada pela sonda para permitir a presença desse tipo de sólido.

Um dos objetivos da Phoenix é descobrir se o ártico marciano poderiam suportar, ou já ter suportado, alguma forma de vida. A água é considerada uma peça essencial para resolver a questão, mas o gelo não basta, disse Smith. "O fato de haver gelo não nos diz nada sobre habitabilidade", explicou. "O gelo pode estar permanentemente congelado, e com gelo congelado e sem comida, não se trata de uma zona habitável".

A Phoenix conta com fornos para aquecer material recolhido do solo marciano, e um laboratório automático para análises químicas. Esses instrumentos buscarão evidências de que água já teria fluído, em forma líquida, pela região, além de checar amostras para a presença de nutrientes.


A primeira amostra de solo marciano aquecida nos fornos da sonda não revelou sinais de água. Mas essa amostra em especial ficou vários dias exposta ao ar, porque o material recolhido pelo braço robô mostrou-se denso demais para passar pela tela de proteção que recobria o instrumento. O cientista responsável pelos fornos, Bill Boynton, já havia dito que, por causa disso, o gelo presente, se houvesse, teria sublimado antes do início da análise.

Desde então, a Nasa desenvolveu uma nova técnica para depositar futuras amostras nos fornos, garantindo tempo hábil para a detecção de água e outros compostos voláteis.
Além disso, engenheiros prepararam um "patch" de software para a sonda, que vinha enfrentando problemas de armazenamento de dados em sua memória flash.


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