(O Globo) Um dos maiores críticos do Big Bang, Mário Novello, do Centro Brasileiro de Pesquisa Física (CBPF), propõe uma nova teoria para explicar o Universo: ele seria não só eterno, como também cíclico. A explosão que para muitos teria dado origem ao Cosmos seria, na verdade, um momento recorrente num ciclo eterno de retração e expansão, como mostra matéria de Roberta Jansen publicada nesta terça no jornal O Globo.
A nova teoria, elaborada em parceria com José Martins Salim, foi apresentada no início do ano na I Conferência de Cosmologia, Relatividade e Astrofísica, em Pescara, na Itália, e publicada na "Physics Report".
A teoria do Big Bang defende a idéia de uma explosão primordial que deu origem ao Universo e deixa em aberto a questão sobre o que haveria antes. Para Novello, trata-se de um "mito científico". Segundo o cientista, imaginar que o Universo proviria de um ponto singular, sem jamais oferecer informações sobre o que teria vindo antes, é pressupor que a física seja irracional.
- Isso não tem nada a ver com verdade científica - afirma Novello. - Você pode provar um dia que houve retração e expansão, mas não pode provar o Big Bang.
Por isso, desde os anos 70, Novello propõe o modelo do Universo eterno, em que o Big Bang seria o ápice de um período de colapso do Universo, seguido por uma fase de expansão que perdura até hoje. A idéia foi criticada durante muitos anos, mas, recentemente, passou a ser mais bem aceita.
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