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quinta-feira, 31 de julho de 2008

Simulação recria a origem das primeiras estrelas no Universo

Resultado reforça os modelos cosmológicos do Big Bang e revela a origem da luz e dos elementos pesados

Imagem da simulação, mostrando parte da contração do gás primordial


(Estadão) Uma simulação de computador, descrita na edição desta semana da revista Science, recria o processo de formação das primeiras estrelas do Universo, e mostra que pequenas flutuações na densidade da matéria, geradas a partir do Big Bang, poderiam causar a formação de astros que teriam servido como sementes para o crescimento das estrelas primordiais, as fontes originais da luz visível e a origem dos primeiros átomos de elementos químicos pesados como carbono e oxigênio.

Cientistas acreditam que o Universo teve origem há cerca de 14 bilhões de anos numa grande explosão, o Big Bang, que teria gerado os elementos mais simples, como hidrogênio e hélio. Mas observações feitas por telescópios revelam a presença de astros ricos em elementos pesados já 1 bilhão de anos após essa explosão. Esses elementos teriam sido produzidos pelas primeiras estrelas.

A simulação, conduzida pelo pesquisador Naoki Yoshida, da Universidade Nagoya, e colegas, nos EUA e no Japão, incorpora as condições previstas nos modelos teóricos mais aceitos para o Big Bang e mostra, segundo seus autores, que o surgimento rápido de uma geração primordial de estrelas, capazes de enriquecer o Universo com elementos pesados, de fato é possível.

"Nós incorporamos o modelo padrão da cosmologia, que já está bem estabelecido", disse Yoshida, durante uma apresentação pública de seu resultado. "Além disso, tratamos as propriedades físicas envolvidas de forma consistente, incluindo a química e os efeitos da radiação. Acompanhamos a interação entre os fótons (partículas de radiação) com o gás primordial de um modo muito consistente", afirmou.

Segundo Yoshida, "descobrimos que o primeiro objeto cosmológico formado era uma pequena protoestrela com 1% da massa do Sol, mas que cresce rapidamente até atingir 100 vezes a massa solar". O primeiro estágio desse crescimento - de 1% do Sol para dez vezes a massa solar - poderia se completar em apenas 1.000 anos, de acordo com o artigo na Science.

Yoshida diz que seus resultados oferecem "uma história para a origem da luz e dos elementos químicos".

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