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quinta-feira, 26 de março de 2009

Cientistas acham meteorito rastreado antes de cair na Terra

Cerca de 50 fragmentos do asteroide 2008 TC3 foram recolhidos do deserto da Núbia (Nasa /BBC Brasil).

Nesta semana, uma equipe de pesquisadores liderada pelos cientistas Peter Jennisken, da Nasa, e Muawia Shaddad, da Universidade de Cartum, anunciou ter encontrado 47 fragmentos do que restou do asteróide 2008 TC3, que caiu no deserto do Sudão, no nordeste da África. A rocha foi descoberta menos de 24 horas antes de impactar contra a Terra e foi localizada por astrônomos através do telescópio de Mont Lemmon, no Arizona. Segundo a Nasa, a energia liberada no momento do impacto foi equivalente à explosão de 1 tonelada de TNT. Segundo os cientistas a rocha tinha cerca de 3 metros de comprimento e pesava aproximadamente 4 quilos.

Apesar do aparente risco, o choque do asteróide foi muito comemorado pelos cientistas do NEO (Near Earth Objects), um centro da Nasa que calcula os asteróides próximos à Terra. O motivo é que esta foi a primeira vez que um asteróide foi descoberto antes de impactar contra a Terra e pode ter sua órbita e ponto de impacto calculados com antecedência e precisão.

Apesar de a coleta de rochas espaciais ser uma tarefa corriqueira, o que chama a atenção neste caso é que além de 2008 TC3 ter tido sua rota e ponto de impactos calculados, também foi o primeiro a ter seus fragmentos resgatados para estudo de sua composição química.

Normalmente, os elementos que compõe um asteróide são estudados da Terra através da análise do espectro de luz refletido por sua superfície. Essas informações são suficientes para discriminar os objetos por categorias, mas não permitem uma análise mais detalhada de sua composição química. Quando os fragmentos são encontrados a composição pode ser estudada, mas nunca se sabe qual asteróide os produziu. Como 2008 TC3 foi rastreado antes do impacto, o objetivo da expedição era localizar os fragmentos restantes e submetê-los a uma série de análises laboratoriais de modo a terem sua composição química detalhada.

"Este asteróide era feito de um material particularmente frágil, que permitiu que explodisse a 37 quilômetros de altitude. Antes de se romper ele foi fortemente freado pela atmosfera e os fragmentos que restaram se espalharam por uma grande área do deserto", explicou Jenniskens, que teve seu trabalho publicado esta semana no periódico científico "Nature".

Andrew Steele, co-autor do trabalho e ligado à Instituição Carnegie, estuda o conteúdo de carbono do material coletado e disse que em algum momento no passado o objeto foi submetido à temperaturas muito altas. "Sem dúvida, de todos os meteoritos que já estudei, este é o que apresenta o carbono mais 'cozido' de todos, se parecendo muito com a grafita". Ainda de acordo com Steele, outra forma de carbono - os nanodiamantes - foi encontrada no meteorito e pode dar uma pista sobre que tipo de ação gerou este aquecimento, se por impacto com outro asteróide ou algum outro processo.

Os pesquisadores ainda não sabem a origem do asteróide que originou os fragmentos, mas após as análises dos fragmentos encontrados os astrônomos concluíram que 2008 TC 3 era um objeto jovem, que existiu por poucos milhões de anos antes de arder na atmosfera terrestre.

Fonte: Apolo11.com

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