• E-mail para contato:(casf.fortaleza@gmail.com)

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

Perseidas: Chuva de Meteoros poderá ser observada na noite de 12 de Agosto



Das chuvas de meteoros, talvez a mais conhecida entre todas seja a das Perseidas, certamente por ocorrer numa época do ano em que a sua observação é fácil. Esta chuva tem o seu nome derivado de que o seu radiante, ou seja, o seu ponto de origem parece provir da constelação Perseu, mais concretamente das proximidades da estrela gamma persei. Esta chuva é formada por meteoros rápidos, com velocidades de entrada na atmosfera de cerca de 59km/s e é provocada pela intersecção da órbita da Terra com a órbita do cometa Swift-Tuttle, descoberto em 1862.
Este ano parece ser (mais uma vez), segundo várias estimativas um bom ano para a chuva das Perseidas, e a Lua este ano talvez não prejudique muito com a sua presença. A Lua vai nascer um pouco antes da meia-noite, o que significa que vai estar toda a noite no céu, mas será um belo quarto minguante com apenas 58% do disco iluminado. Apesar disso, os meteoros de fraca luminosidade ficarão certamente invisíveis. O ponto máximo, ou o pico máximo desta chuva este ano irá ocorrer às 18:00 TU (segundo as novas previsões), pelo que as noites mais favoráveis serão do dia 11 para dia 12 e do dia 12 para o dia 13.
A média zenital esperada é de cerca de 100 meteoros (na sua maioria serão pequenos e ténues) por hora.

Como observar visualmente:
  • Para localizar a constelação do Perseu, procure os pontos cardeais norte e nordeste e acompanhe a trajetória aparente das estrelas dessa região. A constelação do Perseu começa a surgir no horizonte perto das 22:00 e perto da meia-noite já estará totalmente acima do horizonte.
  • Não precisa de nenhum equipamento especial para observar as chuvas de estrelas. Apenas é necessário que as condições climatológicas permitam ver o espectáculo. A previsão é de céu limpo portanto é de aproveitar.
  • A Lua não irá vai causar grandes problemas este ano. Vai nascer por volta da meia-noite e o disco estará iluminado em cerca de 58%.
  • É natural que os amadores que observem um evento destes pela primeira vez, achem muito desanimador por conseguir ver poucos meteoros ou nenhum, mas este tipo de eventos requer paciência e persistência. Será necessário esperar que o radiante suba no horizonte para o número de meteoros aumentar. Não basta vir à rua, olhar para o céu durante cinco minutos e esperar ver de imediato alguma coisa. As palavras chave para uma noite de sucesso são: paciência e persistência.
  • O lugar de observação deve ser o mais afastado possível da poluição luminosa. O mais longe possível das cidades, porque quanto mais escuro for o céu mais meteoros ténues se poderão observar. Se pretende observar de sua casa, apague todas as luzes possíveis e espere cerca de 15 minutos para os seus olhos se ambientarem totalmente ao escuro.
  • Para que a observação seja confortável leve para o local uma cadeira de praia (espreguiçadeira) em que o encosto possa ficar inclinado, ou então um saco cama para poder ficar deitado. Quanto mais confortável estiver melhor será a experiência. Se a noite estiver fresca, não esquecer da roupa adicional para proteger do frio e da humidade.
  • Se quiser registar as suas observações, não se esqueça de levar papel e lápis (o lápis é importante porque as esferográficas tendem a não escrever se estiver deitado), uma lanterna de luz vermelha e / ou um gravador a pilhas.
  • Não tente focar a sua observação num objecto concreto, porque em pouco tempo perde o seu campo de visão alargado para ficar fixo num único objecto. Tente observar em direcções diferentes (se bem que, pela lei de Murphy verificará que os melhores meteoros vão sempre aparecer no local para onde não está a olhar).
Fotografar as Perseidas

Para fotografar a chuva de meteoros, sugere-se o material abaixo:
  • Uma câmara reflex (tipo SLR), se possível que não utilize pilhas (se for de filme) porque estas por norma descarregam rapidamente com o obturador aberto durante muito tempo, e que possua a posição de abertura manual (posição T, B ou M).
  • As películas devem ser o mais sensível possível (ASA 1600 a 3200). Usa-se normalmente o TMax3200 a preto e branco e as Kodak-Ektar entre 1000 e 1600 ASA a cores.
  • Uma câmara digital reflex que disponha também da posição de abertura manual. Se a sua camera não é reflex mas ainda assim possui a posição manual, configure-a para o máximo de exposição possível e o maior ISO disponível (50/100/200/400/800/1600)
  • A objectiva deve ser de 50 ou 28mm e a mais luminosa possível (f/1.2 – f/2) de forma a poder captar-se um grande campo de visão. É preferível usar uma objectiva de 50mm a f/1.2 do que uma de 28mm a f/2.4, porque a primeira é mais luminosa que a segunda, captando assim meteoros mais débeis.
  • Um tripé é essencial para que a camera esteja estacionada durante a exposição. Não tente fazer exposições sem tripé, elas não lhe servirão absolutamente para nada.
  • Um cabo disparador com fecho para poder manter o obturador aberto ou comando disparador para que possa disparar a máquina sem lhe tocar.
Uma vez estes equipamentos reunidos, deve-se proceder da seguinte forma:
  • Orienta-se a câmara para o zénite ou na direcção oposta ao radiante. Os melhores meteoros passarão nessas zonas, no radiante serão muito pontuais e curtos.
  • Deve-se ajustar a abertura do diafragma para o seu máximo, ou seja para o valor mínimo que a sua câmara possa dar, 1.2, 1.8, etc. sempre o valor oposto a 16 ou 32, que equivalem ao diafragma fechado ao seu máximo.
  • A focagem deve ser feita para o infinito.
  • O tempo de exposição deve ser o máximo possível (máquinas digitais) ou o T, B ou M (nas máquinas reflex).
  • O tempo por cada fotografia (para as reflex) deve variar entre 5 a 10 minutos dependendo da sensibilidade da película, da abertura do diafragma e da poluição luminosa existente. Uma exposição prolongada perto de uma cidade pode resultar numa foto muito esbranquiçada. Se usar uma película 3200 e estiver perto de uma cidade não passe de exposições de 5 minutos.
  • É também recomendado (salvo se o numero de meteoros for muito grande) cortar a exposição se tivermos a certeza que captamos algum meteoro na imagem. É preferível captar um meteoro do que dois se queimarmos demais a película em que depois o resultado é nenhum.
  • É importante registar o número da fotografia, hora de início e fim de cada exposição e a constelação para onde está apontada a câmara.

Se as suas fotografias forem bem efectuadas, poderá observar uma série de rastos curvos deixados pelo movimento das estrelas ao redor do pólo norte e cruzado – se teve sorte – poderá ver os rastos rectilíneos dos meteoros.

Nenhum comentário: