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sexta-feira, 8 de janeiro de 2021

 A ASTRONOMIA E SUA CONTRIBUIÇÃO PARA OS VALORES CIENTÍFICOS E HUMANOS


    A astronomia é uma ciência que fascina as pessoas não só pela visão dos corpos celestes ao telescópio, mas também, pelo encanto que ela trás, pela paz de espírito e calma que ela proporciona ao nos deparamos com o esplendor do céu noturno principalmente visto do sertão pouco ofuscado pelas luzes das grandes cidades. 

    As pessoas atualmente que pensam só em suas vidas cotidianas, de chegar em casa do trabalho e acordar cedo e ir para o trabalho cedo, fazendo sua rotina, nem se quer se tocam que, acima de suas cabeças, existe muito movimento. Nada no universo está parado, embora, muitas pessoas quando veem a Lua e as estrelas, tem a noção inicial de que eles são fixos e se movimentam apenas na direção do pôr-do-sol, mas, se pararem um momento para observarem bem durante a noite toda e o ano todo, verão que tudo se move, que novos corpos celestes podem surgir no céu como os cometas e que os planetas se movem nas constelações zodiacais. Sou astrônomo amador há 34 anos, e o meu encanto começou  desde criança ainda, tentando ver o cometa de Halley em 1986. Fiz grande esforço pra tentar ver, mas, sem conhecimentos suficientes, o cometa passou batido. De lá pra cá, após o Halley, teve outros cometas também que passaram batidos, porque eu não tinha o conhecimento da observação. Então, certa vez, recebi do meu pai de presente uma revista da superinteressante intitulada: “Leitura do Céu” escrita pelo astrônomo Ronaldo Rogério de Freitas Mourão a qual,  guardo com carinho até hoje. Após a leitura dessa revista, e a carta celeste que vinha junto com ela, comecei a desvendar o céu noturno, comecei a encontrar constelação por constelação, até conseguir localizar todas as 88 constelações do céu, incluindo parte da ursa menor, só não podendo ver a estrela Polaris.  Desde então, a astronomia vem sendo uma de minhas principais paixões, e até me ajudou na vida acadêmica e profissional, embora eu não tenha sido um astrônomo profissional, mas hoje como professor, consigo fazer meus alunos sonharem um pouco através do ensino da astronomia. 

    Trabalhando com a OBA (Olimpíada Brasileira de Astronomia e Astronáutica), vi o quanto é gratificante trabalhar usando a astronomia. Com essa ciência, você pode trabalhar o interesse dos alunos por várias matérias, desde a matemática até a história, matéria a qual leciono. Trabalhar com as Olimpíadas, tanto de astronomia como a de foguetes, me  fez ver que é possível fazê-los felizes aprendendo. Fazer experiências com os foguetes por exemplo, movimentou tanto a escola que foi algo encantador. O mais legal foi a animação dos alunos com os foguetes. Outras vezes com o CASF nas escolas, fizemos observações públicas, e vimos o quanto os alunos ficaram animados e curiosos. Quantos alunos passaram por nós e se tornaram bons profissionais em várias áreas. Acho que o importante é trazer momentos inesquecíveis para as pessoas, às vezes, esses momentos inesquecíveis, podem ser bem simples, não precisam ser tão mágicos. A meu ver, o  astrônomo amador tem um papel muito importante, sua missão é mais que só observar as estrelas, planetas e outros corpos celestes da escuridão do céu noturno, é também compartilhar o conhecimento, é inspirar gerações não só no gosto pelo saber científico, mas também pelo caminho da humildade, da valorização da vida e da natureza, porque cada pessoa que observa o céu noturno com admiração e curiosidade, sempre vai se perguntar: Além da terra existe vida? Porque aqui no nosso planeta, a vida surgiu? Será que existe vida só aqui? O que pode ter mais lá na imensidão do universo? Tudo isso, só mostra o quanto somos pequenos, frágeis e o quanto ainda temos que aprender para a nossa evolução. 

    O aprendizado do ser humano ainda levará décadas, talvez séculos, mas, a nossa missão como admiradores do universo, é principalmente, inspirar o ser humano, nos bons caminhos para a humanidade, é dar consciência ao mesmo, de que tudo está conectado, e de que também, assim como dizia Carl Sagan,: “somos poeira das estrelas”.


George Yure de Andrade Castro, professor, pesquisador e astrônomo amador, membro fundador do CASF (Clube de Astronomia de Fortaleza)

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