(Efe / G1) As agências espaciais americana, Nasa, e européia, ESA, destinarão mais de US$ 2 bilhões e 15 anos de trabalho para tentar detectar as ondas gravitacionais previstas por Albert Einstein na teoria da relatividade e revelar, assim, os segredos que se escondem por trás dos buracos negros.
A aliança das agências espaciais americana e européia se materializará no projeto Lisa, que tentará comprovar, pela primeira vez na história, a existência da radiação gravitacional, ou seja, as ondas geradas em grandes cataclismos astrofísicos.
As ondas são geradas, por exemplo, na colisão de duas estrelas, de dois buracos negros ou na explosão de uma supernova.
A medição dessas ondas abrirá uma janela até hoje inexplorada na observação do universo.
Além disso, ajudará a compreender o mistério dos buracos negros que produzidos "no início do universo quando as galáxias eram muito jovens", explicou o físico canadense Clifford Martin Will, pesquisador do Instituto de Astrofísica de Paris e da Universidade Pierre et Marie Curie.
O projeto Lisa consta de três naves espaciais que orbitarão ao redor do Sol, configurando um triângulo equilátero, a cem milhões de quilômetros entre elas.
Cada nave enviará as outras duas um feixe de luz que permitirá detectar qualquer ínfimo movimento que experimentem, inclusive se for do tamanho do núcleo de um átomo.
Embora estivesse previsto que esses três satélites fossem enviados ao espaço em 2011, a data de lançamento foi adiada, por enquanto, até 2018, devido ao alto custo da operação, que necessitará de um investimento de mais de US$ 2 bilhões, e ao "grande desafio técnico" que representa um projeto como esse.
"O dia chegará, pode ser que tarde, mas chegará", ressaltou Clifford Martin Will, que, no ano passado, foi eleito membro da Academia Nacional de Ciências dos Estados Unidos.
Há quase cem anos o alemão Albert Einstein elaborou a teoria da relatividade, na qual predizia a existência das ondas gravitacionais que se propagam à velocidade da luz e que são alterações da geometria espaço-tempo.
As ondas ainda não puderam ser detectadas diretamente, apesar de a teoria de Einstein ter sido verificada empiricamente por muitos pesquisadores de todo o mundo.
"O fato de as ondas não serem detectadas também seria uma descoberta muito importante, já que teríamos que começar do zero, mas isso é muito pouco provável, já que muitos experimentos provaram que a teoria de Einstein é correta", disse Will.
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