(JC) A delegação brasileira, na reunião plenária do Comitê para o Uso Pacífico do Espaço (Copuos, sigla em inglês), fez menção especial ao 60º aniversário da SBPC durante os debates sobre o tema "Espaço e educação", na última quarta-feira (18/6).
Foi dito que "a SBPC é uma das mais ativas e respeitadas organizações sociais brasileiras, conhecida por seu incansável e competente trabalho de divulgação da ciência e da educação científica e tecnológica para o desenvolvimento do país".
E mais: "as reuniões anuais e regionais da SBPC são eventos que, normalmente, chamam a atenção da opinião pública para os desafios científicos e tecnológicos enfrentados pelo Brasil, pela América Latina e pelo mundo inteiro."Lembrou-se também que, durante as reuniões anuais da SBPC, por vários anos, promoveram-se minicursos sobre direito espacial, despertando a curiosidade de estudantes e professores para este ramo do direito.
Na 60ª Reunião Anual, a ser realizada neste mês de julho, em Campinas, está programada uma grande exposição para celebrar os 20 anos do Cbers, programa de Satélites de Recursos Naturais da Terra, que une Brasil e China.
Participação brasileira
Na reunião plenária do Copuos deste ano, que aconteceu de 11 a 20 de junho, em Viena, o Brasil teve intensa atuação. A começar pelo discurso pronunciado pelo novo presidente da Agência Espacial Brasileira (AEB), Carlos Ganem, que lembrou a tradição brasileira de defender sistematicamente o uso do espaço exclusivamente para fins pacíficos, em benefício de toda a humanidade.
Ganem também se referiu à cooperação existente entre a AEB e a Sociedade Astronômica Brasileira na organização dos Jogos Olímpicos de Astronomia e Astronáutica no Brasil, dos quais, em 2007, participaram 350 mil jovens, e que este ano deverá ter 500 mil participantes.
Outro pronunciamento importante feito pelo Brasil diz respeito ao projeto de "Cooperação Internacional na Promoção do Uso de Dados Geoespaciais para o Desenvolvimento Sustentável", que tem profunda significação especialmente para os países em desenvolvimento.
Para o Brasil, todos os países do mundo devem ter infra-estrutura nacional para receber, processar, analisar, valorizar (agregar valor) e utilizar dados de satélite no seu esforço nacional de desenvolvimento.
A delegação do Brasil argumentou que os dados de satélite são parte essencial da infra-estrutura indispensável aos países em desenvolvimento. E que, por isso, esses dados devem ser tratados como"bens públicos".
O Brasil defendeu ainda a necessidade de acesso livre a softwares, à literatura científica e aos equipamentos (hardware) apropriados para que todos os países estejam habilitados a utilizar, da melhor maneira, os recursos espaciais. Para tudo isso, segundo a posição brasileira, é imprescindível uma ação cooperativa que possa mobilizar a maior parte dos países do mundo.
A reunião plenária do Copuos foi presidida este ano pelo embaixador Ciro Arévalo Yepes, da Colômbia, tendo como vice-presidente o tailandês Suvit Vibulsresth e segundo vice-presidente / relator, Felipe Duarte Santos, de Portugal.
Dos 69 membros do Copuos, participaram desta reunião 57 estados-membros. A maioria dos ausentes é composta por estados africanos.
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