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quarta-feira, 9 de julho de 2008

Júpiter perde uma de suas manchas. Ou não.


(G1) Houve a descoberta de mais uma mancha vermelha em Júpiter. Com isso a família estava em três: a Grande Mancha Vermelha, a Mancha Vermelha Júnior e a Oval BA. Todas elas representando tempestades na atmosfera de Júpiter, sendo a Grande Mancha uma tempestade que já está ocorrendo há mais de 200 anos, sem sinal de enfraquecimento. As outras duas são muito mais recentes e apresentaram sinais de que se tornaram mais fortes em decorrência de um aquecimento da atmosfera de Júpiter. As três manchas tinham um encontro marcado para o começo de agosto, mas elas se anteciparam e nessas duas últimas semanas elas se reuniram.

Esse encontro vinha sendo aguardado com curiosidade, pois ninguém sabia como tudo iria acabar. Especular a respeito de uma trombada de tempestades com dimensões como esta é algo difícil, mas no final das contas duas coisas poderiam ocorrer. A primeira teoria é que haveria a destruição de alguma das manchas. Ou todas. Asegunda idéia dizia que elas simplesmente iriam se roçar e cada uma seguiria adiantecom sua vida. Mas o que aconteceu?

Numa campanha observacional de astrônomos amadores do mundo inteiro, o que se viu foi a morte da Júnior. Essas duas fotos de Isao Miyazaki mostram a trombada entre a Grande Mancha (GRS) e a Júnior (LRS) em 30 de junho, tudo assistido pela mancha Oval BA. Neste último dia 5 de julho vemos que a Júnior não sobreviveu ao encontro. Das três irmãs, a do meio aparentemente foi destruída pela mais velha.



Aparentemente, pois antes de autuar a Grande Mancha por fraticídio, chegou mais uma imagem obtida no dia 7 mostrando que, ao menos no infravermelho, a Júnior sobreviveu. As imagens obtidas no visível mostram as camadas mais superiores da atmosfera de Júpiter e uma no infravermelho tem o poder de mostrar camadas mais profundas. Pode ser que, abaixo da camada superior de nuvens, a tempestade ainda exista e venha aflorar novamente em breve. Mas isso só vai vai dar para saber observando Júpiter continuamente.



Aliás, mesmo sem telescópios observar Júpiter está particularmente interessante nessas últimas semanas. Isto porque Júpiter é o objeto mais brilhante do céu noturno (excluindo a Lua, é claro) e especialmente hoje estará em máxima aproximação da Terra. Se você quiser observá-lo basta procurar pelo ponto de luz mais brilhante no céu após o anoitecer, na direção sudeste. Traçando uma linha de Júpiter até o outro lado do horizonte (aproximadamente na direção noroeste), passando pela Lua crescente, você deve encontrar Marte e Saturno muito próximos. E não se preocupe se você não puder observar hoje, este cenário manter-se-á por algumas semanas sem mudança notável — a menos da Lua, é claro! Com qualquer luneta ou binóculo simples, você já será capaz de distinguir as faixas de nuvens da atmosfera de Júpiter. Já com um instrumento com pelo menos 12 cm de diâmetro você já poderá notar detalhes como a Grande Mancha Vermelha e, se você notar que a Júnior reapareceu, tire uma foto que o mundo inteiro vai querer saber!

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