A segunda aproximação ocorrerá em 17 de julho, quando a nave atingirá a distância de 273 km da superfície de Phobos e no próximo dia 23 ocorrerá o ápice da missão, quando os dois objetos estarão a apenas 97 km um do outro. Segundo os cientistas da ESA, agência espacial européia, esta será a investigação mais detalhada da lua marciana feita até hoje.
Atualmente o Planeta Vermelho vem sendo estudado em detalhes, mas pouco se sabe sobre a origem das suas luas, Phobos e Deimos. Não é consenso entre os cientistas de que as luas são asteróides que foram capturados pela gravidade de Marte e ali permaneceram. Alguns sustentam que Phobos e Deimos possam ser sobreviventes planetesimais, pedaços que formaram os planetas do sistema solar, enquanto outros apostam serem objetos remanescentes de um grande impacto ocorrido contra a superfície de Marte.
Os dados coletados pela Mars Express deverão ajudar os pesquisadores a responder essas questões. A sonda já se aproximou de Phobos no passado, mas essa a primeira vez que chegará a menos de 100 km da lua. Para chegar tão próximo os engenheiros e cientistas da ESA vem trabalhado em conjunto para otimizar a trajetória da sonda de modo a obter a maior quantidade de dados científicos possíveis. Essa não é uma aproximação rotineira.
Bem de Perto
Quando chegar a 97 km de distância, a sonda deverá mapear áreas de Phobos que nunca foram vistas anteriormente. Para isso a câmera estereográfica de alta resolução HRSC (High-Resolution Stereo Camera), a bordo da sonda, fará imagens tridimensionais em diversos comprimentos de onda. Os dados obtidos alimentarão um modelo digital de terrenos - DTM - que auxiliará os cientistas a visualizar as características topográficas da superfície.
As imagens da superfície também deverão ajudar a localizar o melhor local de pouso para a sonda russa Phobos-Grunt, que deverá ser lançada em 2009. As manobras requeridas para observar o local de pouso são realmente desafiadoras e envolve estreita cooperação entre os cientistas da missão, equipe de controle e especialistas em dinâmica de vôo.
Instrumentos
Além da câmera de alta resolução, a Mars Express leva a bordo o espectrômetro OMEGA de mapeamento mineral, um espectrômetro de Fourier (PFS) e um espectrômetro atmosférico de infravermelho e ultravioleta, SPICAM, que ajudarão a coletar dados de temperatura e composição geoquímica da superfície de Phobos.
Durante as aproximações do dia 23 e 28 a sonda coletará dados da topografia e estrutura interior da lua através do Radar Marciano Avançado para Subsuperfície e Sondagem Ionosférica - MARSIS.
Para o dia 17 de julho os esforços se concentram na determinação da massa de Phobos, usando o experimento MARS (Mars Radio Science experiment)
Veja abaixo o calendário das aproximações da Mars Express.
12 de Julho - 563 km
17 de Julho - 273 km
23 de Julho - 97 km
28 de Julho - 361 km
03 de Agosto - 664 km
Phobos
Phobos é a maior e também a mais próxima lua de Marte. Foi descoberto em 18 de agosto de 1877 pelo astrônomo norte-americano Asaph Hall em 18 de Agosto de 1877, 6 dias após a descoberta da lua Deimos.
De todas as luas do sistema solar, Phobos é a que orbita mais próximo o planeta-mãe, a menos de 6 mil quilômetros da superfície. Phobos tem apenas 26 km de diâmetro e visto de Marte, parecerá 6400 vezes maior e 2500 vezes mais brilhante que nossa Lua vista da Terra, ocupando mais de um quarto da largura do hemisfério celestial.
Phobos se move sobre Marte mais rápido do que Marte rotaciona sobre o próprio eixo. Nasce no oeste, move-se rapidamente no céu durante 4h15m e se põe no leste duas vezes por dia.
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