(Apolo 11) Atualmente, a equipe de Colaprete está estudando qual seria o melhor local para o impacto, considerando as diversas crateras escuras. "O primeiro e mais importante critério é o que seja mais produtivo do ponto de vista da ejeção de material", explica o cientista. "De nada vai adiantar atingir um iceberg se não conseguirmos ejetar o material e expô-lo à luz solar. Isso é crucial".
Caso o impacto ocorra próximo a uma parede muito alta, o material ejetado terá que se deslocar por longa distância até que saia da sombra da parede e atinja os raios solares. Por outro lado, se o choque ocorrer em uma encosta íngreme o material será dispersado lateralmente ao invés de subir em direção à claridade. Assim, o melhor local deve ser uma cratera de fundo relativamente plano, com menos de 15 graus de inclinação, com o regolito macio e livre de entulhos ou acidentes que possam amortecer o golpe.
Segundo Colaprete, o melhor local para o impacto é uma cratera de 17 quilômetros de diâmetro a oeste da cratera Peary, localizada nas coordenadas 88.6°N e 33.0°E, próxima ao pólo norte lunar. "Estamos fazendo o possível para que a data do lançamento permita o impacto nesta região".
Visibilidade Direta
A escolha do local do impacto também precisa levar em conta outro fator: a visibilidade a partir da Terra. Centenas de astrônomos amadores e profissionais se juntarão ao robô e assistirão o impacto.
Pólo norte lunar, com as diversas crateras sombreadas destacadas em amarelo.
Crédito: Ames Research Center/Nasa/LCROSS Team.
A explosão em si não poderá ser vista já que será escondida pelas paredes da cratera, mas os astrônomos e observadores poderão ver a pluma de material ejetado. Após o impacto um cone de partículas se expandirá até a altura de 6 mil metros acima da superfície da Lua e se propagará por aproximadamente 40 km em todas as direções. Reluzindo devido à luz solar, o material atingirá um brilho estimado entre 6 e 8 magnitudes, invisível aos olhos humanos, mas facilmente observável através de telescópios.
A equipe de Colaprete irá acompanhar toda a seqüência de impacto no Havaí, enquanto a Lua estiver alta sobre o Pacífico. Para isso será utilizado o poderoso telescópio infravermelho do Observatório de Mauna Loa, onde diversos pesquisadores também estarão presentes.
O impacto da sonda LCROSS contra a superfície lunar será provavelmente um evento internacional. De acordo com o boletim de estratégias de observação divulgado pela Nasa, o impacto também será acompanhado pelo observatório da ESO, no Chile, o que supõe que observadores no Brasil também poderão ver o impacto, mas com a Lua já próxima do horizonte. No entanto é necessário esperar a confirmação das datas e horários, já que diversos fatores estão envolvidos. Mesmo assim, o evento será transmitido ao vivo e poderá ser visto aqui no Apolochannel, que retransmite a Nasa-TV.
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