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sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

UM ANO SEM O CAÇADOR DE ESTRELAS

Foto da Inauguração da SBAA (Sociedade Brasileira dos Amigos da Astronomia), o prof.Rubens de Azevedo é o que está ao lado da bandeira a direita)

O ano de 2009 será um grande marco na divulgação desta ciência que fascina todas as idades: a Astronomia. Comemoram-se os quatrocentos anos da utilização astronômica de uma luneta, pelo italiano Galileu Galilei e também do livro Astronomia Nova, do alemão Johannes Kepler, quando lançou a lei das órbitas elípticas e a lei das áreas tão conhecidas dos estudantes de física do Ensino Médio. Desde então, a Ciência do Céu não seria mais a mesma...
Mas, o divulgar a astronomia sem lembrar um dos maiores incentivadores desta ciência em nosso país, torna-se incompleto. Rubens de Azevedo, o Amigo da Lua, certamente estaria vibrando com esta decisão da Organização das Nações Unidas (ONU), escrevendo artigos e livros para animar a juventude a olhar para o céu, como fez desde 1941, despertando o interesse pela ciência astronômica e encaminhando muitos jovens a serem hoje grandes cientistas no Brasil e exterior. Porém, o Caçador de Estrelas há um ano trocou o convívio dos amigos e discípulos pela eternidade.
Suas sementes foram plantadas. Fundou a mais antiga associação de astronomia do Brasil, a Sociedade Brasileira dos Amigos da Astronomia, a 26 de fevereiro de 1947 - a SBAA, hoje presidida pelo professor Dermeval Carneiro e outras associações, clubes, planetários, organizou congressos nacionais e internacionais, escreveu mais de 800 artigos na imprensa nacional, livros de divulgação científica de grande circulação em todo o Brasil, realizou exposições de divulgação científica, fez descobertas importantes em algumas observações lunares; sempre que podia, até o fim de sua vida, foi um batalhador incansável pela divulgação da ciência que se apaixonara desde a infância.
Hoje, o Planetário Rubens de Azevedo, no Centro Cultural Dragão do Mar de Arte e Cultura é uma justa homenagem a quem tanto lutou pela divulgação de tão nobre ciência. Recebe também homenagem no Pavilhão Rubens de Azevedo, no Observatório Astronômico de Piracicaba, com telescópios de boa desenvoltura óptica e tecnológica, construído pelo amigo Nelson Travnik.
Com pouco mais de 86 anos, com melhoras e recaídas em sua saúde, veio a falecer no início da noite de 17 de janeiro de 2008, por insuficiência cardíaca. Seu sepultamento ocorreu no Cemitério São João Batista, às 15h do dia seguinte.
Muito do que se faz hoje em dia na divulgação da astronomia tem a contribuição de Rubens de Azevedo. Quer seja na SBAA, no Clube de Astronomia de Fortaleza - CASF, ou outro dos clubes nascidos da SBAA, no Planetário (um sonho realizado em vida), em escolas de Fortaleza ou através dos divulgadores científicos da atualidade, a nova geração, que não esqueceu os ensinamentos e orientações de seu mestre, que passa adiante a didática e métodos de ensinar astronomia a nível popular, como fazia o mitológico Prometeu, trazendo o fogo dos deuses aos mortais, deixando um pouco do Vírus Azevedo, o vírus da astronomia, a contaminar com sua poesia e encantamento a todo aquele que desejar olhar para o céu e perguntar... Rubens era assim: um homem que perguntava.


Heliomárzio Rodrigues Moreira
Aluno do Curso de Licenciatura em Física do CEFET – Ceará e Astrônomo Amador (Observatório Astronômico do Colégio 7 de Setembro,SBAA e CASF)

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