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terça-feira, 17 de março de 2009

Astrônomos flagram buracos negros binários em dança orbital

Imagem formada por emiscomum mútua que alimentam a fonte de rádio 3C 75.

Acredita-se que galáxias ocasionalmente se fundam com suas vizinhas, promovendo o encontro de seus respectivos buracos negros que podem coalescer em um monstro galáctico ainda mais massivo. Mas os astrônomos têm se esforçado para flagrar buracos negros em ação ─ mesmo que os novos resultados sejam apresentados como hipóteses que ainda precisem ser investigados com mais profundidade.

No núcleo de duas galáxias em fusão no aglomerado de galáctico Abell 400, a 300 milhões de anos-luz, dois buracos negros supermassivos ─ envolvidos em uma cápsula de gás que emite raios-X a milhões de graus e expele jatos de partículas relativísticas ─ estão separados por uma distância de 25 mil anos luz.

Astrônomos concluíram, em parte, que esses dois buracos negros estão ligados gravitacionalmente em um sistema binário, pela constância na varredura dos jatos, provavelmente devida aos movimentos comuns de deslocamento através do gás quente do aglomerado onde se encontram, a uma velocidade de 1.200 km/s. Colisão de galáxias é considerado um evento cósmico comum em ambientes densamente povoados de aglomerados galácticos. Nos estágios finais, os objetos em fusão, provavelmente, se tornam intensas fontes de ondas gravitacionais.

Aparentemente, o núcleo da galáxia ativa OJ 287, na constelação de Câncer, também abriga uma dupla de buracos negros supermassivos, de acordo com artigo publicado na Sky & Telescope em abril passado. O maior deles (primário) tem uma massa estimada em cerca de 18 bilhões de massas solares, o que o torna o maior objeto massivo conhecido, e o menor (secundário) tem uma massa estimada em 100 milhões de massas solares.

Por mais assustadores que possam parecer, buracos negros são objetos relativamente comuns no Universo. Como a maioria das galáxias grandes, a Via Láctea engloba um buraco negro supermassivo no seu centro, um monstro à espreita, com 3,7 milhões de vezes a massa do Sol.

O “bicho papão” que habita o centro da Galáxia parece relativamente manso, se comparado a um quasar distante, ou a um centro galáctico brilhante, como o observado pelos astrônomos Todd Boroson e Tod Lauer do Observatório Óptico Americano (NOAO, na sigla em inglês) em Tucson, Arizona.

O quasar, conhecido como SDSS J153636,22+044127,0 parece abrigar um par de buracos negros, que mantém uma estreita relação orbital, girando um em torno do outro a cada 100 anos.

Cada um dos buracos negros do par parece menor que o da Via Láctea: o primário ─ segundo Boroson e Laue ─ parece ter massa de cerca de 20 milhões de vezes a massa do Sol, e o secundário, uma massa estimada em aproximadamente 800 milhões de sóis.

O astrônomo Jon Miller da University of Michigan, em Ann Arbor, comenta que o novo estudo é “o primeiro exemplo convincente de um sistema binário de buracos negros fortemente ligados.”

Sistemas observados anteriormente, como o 3C 75 ou OJ 287, comenta Miller, “abrigavam buracos negros afastados, a distâncias muito maiores e forneceram evidências menos conclusivas que um dueto de buracos negros.”

De acordo com análises do grupo do NOAO o par está separado por uma distância de um terço de ano-luz, o que é insignificante, se comparada aos 25 mil anos luz da 3C 75 ou à estrela mais próxima do Sol, que está cerca de 13 vezes mais distante.

A descoberta feita pelos astrônomos do NOAO foi publicada na Nature no último dia 5 de março.

Fonte: Scientific American Brasil

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