Os curiosos do céu
O interesse por astronomia pode começar desde cedo e ocupar espaço na vida de quem é fascinado pelo céu. Compartilhar informações e divulgar a ciência é o que fazem grupos como o Clube de Astronomia de Fortaleza
Os olhos encontram os pontos luminosos do céu e o interesse faz
morada na cabeça, na vida e no olhar daqueles que se encantam e se
dedicam à astronomia. Pessoas de diferentes perfis constroem uma relação
intensa de informação e descoberta com a ciência dos céus ao longo dos
anos, interesse surgido, na maioria das vezes, ainda na infância. O
professor universitário Arnoldo Nunes comenta que sempre teve interesse
por ciência, “uma vocação” e, mesmo sem muita estrutura da família, ia
atrás de todo tipo de informação, tendo a imaginação como parceira.
O
executivo Paulo Régis lembra que viu os planetas nos livros de
geografia e achou interessante, passando a observar o céu com um amigo
que tinha uma luneta. “De lá pra cá, o fascínio só aumenta”, ressalta.
Luidhy Santana, 21, estudante de Física da Universidade Estadual do
Ceará (Uece), relembra que viu um planeta em um dia de muito brilho.
Questionada, a mãe foi pesquisar e voltou com a resposta: era Vênus. O
interesse o fez ganhar o primeiro telescópio há dez anos. Já no ensino
médio, quis construir um equipamento com um amigo e recorreu ao Clube de
Astronomia de Fortaleza (Casf) para pedir instruções.
E é
assim, por meio de grupos de curiosos e astrônomos amadores, que os
interessados em astronomia em Fortaleza encontram parceiros propícios
para a troca de informações, acompanhamento dos eventos astronômicos e
descobertas, assim como para as observações do céu. Entre eles, está o
Casf, que teve origem a partir de um grupo na rede social Orkut e, com o
interesse em transformar as discussões virtuais em encontros periódicos
presenciais, o clube foi fundado em 2007.
Segundo o
professor Arnoldo, o elo dos participantes do clube é “se impressionar
com o que o céu oferece”. Os perfis são variados, assim como a
assiduidade aos eventos e a imersão no assunto. Para Arnoldo e Paulo
Régis, integrantes do Casf, o clube é um dos mais atuantes e tentou
formar uma geração de interessados e preencher um vazio deixado pela
diminuição das atividades dos principais incentivadores da ciência no
Ceará: os astrônomos e professores Rubens de Azevedo e Cláudio Pamplona,
que morreram em 2008 e 2013, respectivamente.
Projetos
Além
das trocas dos astrônomos amadores e interessados pelo tema, o clube
foi contemplado por um edital de divulgação da astronomia da Fundação
Cearense de Apoio ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico (Funcap)
em 2010, o que permitiu a compra de equipamentos necessários para a
realização de eventos e de um telescópio de 300 milímetros de diâmetro.
Surgia o projeto Cometa, que durou até o fim de 2012 e possibilitou que a
ciência fizesse vigília em escolas e praças da Capital e do interior do
Ceará em um total de 24 eventos.
As atividades do
projeto deixaram encantado o estudante de Física Luidhy Santana, que
também é bolsista no Observatório Astronômico da Uece. “É uma atividade
completamente diferente do que eu tô acostumado, porque costumo ficar
dentro do laboratório, no observatório, fechado”. Ele lembra que as
reações vão desde a incredulidade ao que se vê nas lentes do telescópio
até as perguntas sem fim. “As crianças são as mais legais, de 1 a 7
anos. A gente coloca para a criança ver e elas dão aquela risadinha.
Pronto, aquilo já pagou o dia. É perfeito”.
Arnoldo
complementa que o objetivo é despertar o interesse, impressionar, aguçar
a curiosidade, principalmente das crianças, que podem entrar em contato
desde cedo com a observação. Arnoldo lamenta, entretanto, que os
projetos precisem viver dos escassos editais para a área e lembra que o
necessário é descentralizar as atividades, com mais museus,
observatórios e grupos espalhados pela cidade. (Samaisa dos Anjos)
http://www.opovo.com.br/app/opovo/cienciaesaude/2013/09/21/noticiasjornalcienciaesaude,3132727/os-curiosos-do-ceu.shtml
2 comentários:
Ontem à noite por volta da 0h uma bola de fogo verde rasgou o céu sobre a Aldeota, a luz iluminou os prédios, ela desceu mais ou menos no sentido N/S, a impressão que deu é que ela chegou até mais baixo que a Torre Quixadá na Av. Barão de Studart, o meu ponto de vista foi a partir do sexto andar de um prédio no Bairro de Fátima, eu tive a impressão de ouvir um som de vidro quebrando imediatamente após ela "apagar".
Estou feliz pela notícia. Eu tenho vários restaurantes em itu e eu sou apaixonado por astronomia.
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